Star Wars: The Clone Wars (que estréia dia 15, sexta) também deveria estampar em seus pôsteres promocionais a frase “Com História”. Não que ele seja pornográfico, nada disso, mas o desenho animado produzido por George Lucas nada mais é que uma seqüência quase interminável de cenas de ação, supostamente conectadas por uma fina linhazinha de roteiro.
No fundo, trata-se de um subproduto que condensa os três primeiros episódios da série animada homônima, já exibida na TV, e que Lucas reciclou para o cinema. É o segundo projeto de animação com o mesmo nome.
Com a ação situada em algum lugar entre O Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith, o longa animado segue a trajetória dos jedis Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi contra as forças dos malignos Conde Dookan, Asajj Ventress e General Griveous. Na linha do politicamente correto, novamente aqui “the dark side of the Force” foi traduzido como “o lado obscuro da Força”, e não “lado negro”, como era antigamente.
O destaque fica para uma nova personagem, a jovem Ahsoka Tano, que entra em cena para ser aprendiz de Anakin Skywalker. Além de adicionar algumas pitadas de humor à trama – sempre tão solene – Ahsoka deverá dar ao impetuoso Anakin algum senso de responsabilidade, característica que nunca foi o seu forte.
Porém, para curtir o filme é necessário ser realmente muito fanático pelo universo Star Wars. Ou nerd, como queiram. A trama é frouxa, a animação não tem a precisão técnica que se espera (ou se exige) de um produto com a marca Lucasfilm, e os personagens são tão expressivos como os antigos marionetes de madeira do velho seriado inglês Thunderbirds, produzido nos anos 60.
É triste ver como a revolução cinematográfica iniciada por George Lucas em 1977 transformou-se apenas em mais uma cansativa franquia, Ah, o filme será exibido primeiro no cinemas e posteriormente no Cartoon Network.
(celso sabadin)
* O multimídia - e querido amigo - Celso Sabadin é autor do livro autor do livro Vocês Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mudo e jornalista especializado em crítica cinematográfica desde 1980. Atualmente, dirige o Planeta Tela (um espaço cultural que promove cursos, palestras e mostras de cinema) e é crítico de cinema da TV Gazeta e da rádio Bandeirantes.
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