sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cinema: Caçadores de Dragões

Tudo começou no seriado de televisão Chausseurs de Dragons, produção franco-chinesa de 2004, co-escrito por Arthur Qwak. Agora, quatro anos depois, o próprio Qwak se uniu a outro animador, Guillaume Ivernel, para dirigir Caçadores de Dragões (que estréia hoje, dia 5), uma co-produção entre França, Alemanha e Luxemburgo que parte mais ou menos da mesma idéia.

A ação se passa num reino mágico que está em processo de destruição incontrolável. O motivo seria um enorme dragão disposto a acabar com tudo. Para evitar então o fim do seu mundo, a pequena Zoe, sobrinha do rico, poderoso e sem coração Lord Arnold, sai à procura de heróis que possam ajudá-la nesta missão. Heróis à moda antiga ela não encontra, mas terá de se contentar com os atrapalhados Gwizdo e Lian-Chu para tentar conter a fúria destrutiva do dragão.

Caçadores de Dragões padece do mesmo mal presente em várias animações recentes: a técnica de qualidade está cada vez mais acessível e cada vez menos cara, mas os bons roteiros parecem mesmo à beira da extinção. Há ação, perseguições e um belo visual, mas quanto às idéias... elas têm aquele sabor de “já vi este filme antes”. Lembra uma espécie de sub-produto do excelente A História Sem Fim.

Os protagonistas carecem de um maior carisma e – repare – será que virou “lei” no cinema ter sempre um personagem que flerte com o gigantesco mercado chinês? Em resumo, não empolga.


(celso sabadin)

* O multimídia - e querido amigo - Celso Sabadin é autor do livro autor do livro Vocês Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mudo e jornalista especializado em crítica cinematográfica desde 1980. Atualmente, dirige o Planeta Tela (um espaço cultural que promove cursos, palestras e mostras de cinema) e é crítico de cinema da TV Gazeta e da rádio Bandeirantes.

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