quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Criança & TV: O segredo é conversar

Computador e televisão não são ameaças, contanto que você participe da escolha dos sites e canais, limitando o tempo de exposição. “É fácil comprar um programa que promete deixar seu filho inteligente quando, na verdade, são sua mediação e seu estímulo que farão isso”, diz o pedagogo Marcos Cezar. Prova disso são os estudos relacionados ao Vila Sésamo, seriado que reestreou na TV Cultura com uma nova roupagem e é referência em conteúdo educativo. “A criança que é estimulada pelos pais enquanto assiste ao programa aprende melhor”, afirma a diretora de programas infantis Bia Rosenberg.

Mas, e na prática, com você trabalhando o dia todo? “Quando chegar em casa, pergunte o que seu filho fez, ao que assistiu, o que mais gostou no desenho, o que não achou legal, se navegou na internet etc”, diz Rosa Maria Farah, pesquisadora de Psicologia em Informática. Assista à atração e verifique as páginas que ele visita, pelo menos uma vez. É bom ter regras claras quanto ao horário e o tipo de programação assistida.

Claro que, para tirar seu pequeno da frente do computador ou da TV, você vai precisar lhe dar alternativas – e a solução não é matriculá-lo em todos os tipos de aula. “A criança precisa de um equilíbrio e tem de ter a hora da preguiça. Inventar uma agenda de executivo cria outro problema”, afirma Rosa. O melhor é estabelecer um cotidiano com atividades lúdicas, como aula de arte e brincadeiras com amigos.

Combine com seu filho por quanto tempo ele pode assistir à TV e se divertir no teclado, bem como o que é jogado ou visto. E, se você precisa estar por perto, desaconselha-se ter qualquer um dos dois no quarto do pequeno: dificulta a socialização também. Bem, se ele pode ter tudo isso à volta, merece também entender o que está acontecendo. Não é apenas dizer “não”, proibir. É uma parceria. Se a criança hoje é mais preparada para viver um tudo-ao-mesmo-tempo-agora, há o outro lado. “Neste caldeirão de informações, ela precisa dos pais para mediá-las”, diz Marcos Cezar. É assim que cria repertório cultural e desenvolve visão crítica do mundo. Os pais são sua melhor companhia.

(cristiane rogerio e tamara foresti)

*Texto publicado originalmente no site da revista Crescer

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