Dois anos mais tarde, Ocelot lançou o também encantador Príncipes e Princesas, contando histórias mágicas por meio de desenhos silhuetados não menos mágicos, mas sem o reconhecimento popular do seu trabalho anterior. Em 2005, foi a vez de Kirikou - Os Animais Selvagens e, em 2006, o cineasta se supera com o hipnotizante As Aventuras de Azur e Asmar, uma fábula mergulhada na cultura muçulmana. No circuito brasileiro, Azur e Asmar foi exibido antes de Kirikou - Os Animais Selvagens.
Mas, afinal, quem é Kirikou. Trata-se de um garotinho africano que – literalmente – já nasceu falando. Apesar de bem pequenino, o precoce Kirikou é extremamente inteligente e nunca se deixa abater pelas dificuldades da vida, por maiores que elas possam parecer. No primeiro filme, ele salva sua aldeia da terrível bruxa Karaba, e nesta continuação a saga prossegue: Karaba continua querendo destruir a aldeia do pequeno africano, lançando sobre ela as mais diferentes pragas, feitiços e maldições. Mas, munido de alto astral, inteligência e uma saudável molecagem, Kirikou tira tudo de letra.
São histórias simples que acompanham a ingênua simplicidade do traço de Ocelot. E é justamente neste despojamento naïf que reside o encanto do filme. Assim como Kirikou resiste à bruxa, Ocelot resisite à sedução da tecnologia 3D estilo Pixar. Ele é um contador de histórias à moda antiga, do tipo que ainda manda flores, e que faz questão de cooptar como co-autor de seus filmes a sempre vívida imaginação de quem os assiste. Crianças ou adultos, tanto faz.
Kirikou - Os Animais Selvagens é um filme para toda a família, para todas as idades. Aliás, já passou da hora de parar de se rotular desenho animado como filme para criança. A lamentar somente o fato das canções originais em francês não terem sido pelo menos legendadas nas cópias dubladas em português que estão sendo distribuídas no Brasil. Quem não entender o idioma (o francês) vai perder um pouco do filme.
Exibição: dia 11, sábado, 14h30, Telecine Premium
(celso sabadin)
* O multimídia - e querido amigo - Celso Sabadin é autor do livro autor do livro Vocês Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mudo e jornalista especializado em crítica cinematográfica desde 1980. Atualmente, dirige o Planeta Tela (um espaço cultural que promove cursos, palestras e mostras de cinema) e é crítico de cinema da TV Gazeta e da rádio Bandeirantes.
Muito bom o filme, vi por acaso, estava descansando, procurando um filme. Tentei achar outro dia que vai passar novamente para ver com meu filho, mas não encontrei na programação.
ResponderExcluirGosto de assistir desenhos parece que algo da infância liga no inconsciente e as coisas da infância voltam à vida.
O Kirikou trouxe uma lembrança para mim que é de toda criança, onde todos são grandes e a gente quer ser ouvido, dar boas idéias, resolver os problemas dos adultos. Todo menino ou menina quer ser herói, mesmo que de brincadeira, ou assistindo a um filme.
Saudações, Ana Mello.