sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Estréia: Monstros S.A.

Em 2001, a Disney estava passando por uma crise daquelas e vinha presenciando o fim de seu reinado nas telas de cinema. O fracasso nas bilheterias era cada vez mais nítido e apavorante. O simpático Dinossauros e o divertido A Onda do Imperador não causaram o impacto que o estúdio esperava. Para piorar, não só viu sua grande aposta Atlantis: O Reino Perdido naufragar como teve de engolir o megassucesso de Shrek.

O conto de fadas às avessas da DreamWork, de Steven Spielberg, faturou alto e se tornou campeão de público ao ironizar nada mais que os próprios clássicos da concorrente, como Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela e Pinóquio.

Em meio a tudo isso, a possibilidade de a Disney levar o recém-criado Oscar de melhor longa-metragem de animação era zero, já que o desenho protagonizado pelo ogro verde liderava a corrida ao prêmio. Mas, quando tudo parecia perdido, eis que surgiu o delicioso Monstros S.A., para provar que o criador do Mickey Mouse ainda era sinônimo de animação nas telonas e uma forte candidata à estatueta.

Produzido em parceria com a Pixar, o longa é assustadoramente encantador e envolvente. Além de contar com um excelente roteiro e personagens para lá de carismáticos, o filme brinca com de nossos maiores temores de infância: o medo dos bichos-papões que habitam os cantos escuros dos quartos e armários. Boa parte deles trabalha na Monstros S.A., empresa que processa os gritos de sutos da garotada para gerar energia elétrica. Para captar os berros, os funcionários da fábrica cruzam portas mágicas que dão acesso aos cômodos infantis na Terra.

Nesse grupo de trabalhadores, destaca-se Sullivan, um gigante de pêlos azuis com manchas roxas, considerado o mais eficiente "assustador de crinças" de Monstrópolis. Seu fiel escudeiro é Mike, uma bola verde-limão com um olho enorme e um humor maior ainda. Imbatível, a dupla fica em maus lençóis quando a pequena Bu, por acidente, entra na cidade das criaturas - e, como qualquer monstro sabe, crianças são tóxicas.

A partir daí, começam os problemas de Sullivan e Mike e a diversão da molecada, com direito a muito sustos e gargalhadas. Para os adultos, uma boa notícia: não é preciso de ficar de cara amarrada por ter de assistir com os filhos o desenho. Só as piadas que Mike dispara feito uma metralhadora descontrolada já valem qualquer "sacrifício".

Exibição: dia 4, 20h, Disney


(shirley paradizo)

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