Ele me pegou pela capa: duas mãos pálidas segruando uma maçã tão vermelha e suculenta que faria até mesmo madrasta da Branca de Neve morrer de inveja. Ao ler a orelha, em casa, descobri que a trama gira em torno do amor impossível entre uma bela jovem e um vampiro, o que não deixa de fazer os leitores mais críticos torcerem um pouco o nariz - afinal, o tema já foi tratado milhares de vezes tanto na TV, no cinema como na literatura.
Isabella Swan é uma garota de 17 anos que vai morar com pai na cidadezinha de Forks, o último lugar onde gostaria de viver. Bella, como prefere ser chamada, tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem e tem como único desejo não ser notada, por ninguém e em lugar nenhum, principalmente na nova escola. Claro que isso não acontece e loga ela começa a chamar a atenção e a fazer amigos. O destino lhe enviar o charmoso Edward Cullen.
Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella ― o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo “amor proibido”, alerta: "Sou um risco para você." Bella é uma garota incomum, cheia de vida e energia. E ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr. Aos poucos, a relação dos dois se complia e nós, pobre leitores, não conseguimos mais deixar o livro de lado.
Devo confessar que Crepúsculo foi uma das minhas melhores escolhas às escuras. De autoria de Stephenie Meyer, o livro é daqueles que lhe tira o sono, que você lê e lê e só consegue parar ao final, quando o dia já está amanhecendo! Nada mal para uma estréia.
Formada em literatura, a única ocupação da autora era cuidar dos três filhos e do marido, mas, após um sonho em junho de 2003, sua vida nunca mais foi a mesma. Ela se tornou uma autora de sucesso da noite para o dia, porque escreveu por diversão, simplesmente para registrar o que viu dormindo.
Logo sua primeira obra virou febre nos Estados Unidos, desbancando, acredite, Harry Potter e as Relíquias da Morte do topo da lista de best sellers do New York Times. Todo esse sucesso colocou Stephenie Meyer como uma das cem pessoas mais influentes de 2008, segundo a Time Magazine.
Bem, apesar de tudo, o fato é que livro é bem simples e quase amador. É possível notar a falta de experiência com elementos de literatura e com narrativa a cada página. Talvez a magia esteja em sua ingenuidade. Já Lua Nova (R$ 31,90, Intrínseca), que dá conituindade à saga desse amor impossível, mas verdadeiro, está maduro.
Meyer consegue controlar melhor a trama e os personagens, fazendo o segundo livro da série mais bem escrito e também mais angustiante. Agora, Bella tem de lidar não só com seu amor vampiresco com um amigo, mas também um misterioso grupo de jovens que caça vampiros. Um deles é um bom amigo da menina, o que a deixa confusa e irriquieta.
O terceiro e o quarto livro da saga, Eclipse e Breaking Dawn (ainda sem tradução) têm lançamento previsto em português só para 2009.
(shirley paradizo)
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