quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Como se faz uma estatueta

Uma das maiores estrelas da premiação da Academia de Hollywood deste ano nasceu no noroeste de Chicago, pelas mãos de Martin Vega e de Eladio Gonzalez, responsáveis por sua fabricação e seu visual. Tecnicamente seu nome é 3453, mas ela também é chamada de estatueta do Oscar.

Em poucas semanas, a estatueta estará brilhando no palco do Teatro Kodak, em Hollywood, talvez nas mãos de Kate Winslet ou até mesmo de Mickey Rourke. Eles vão agarrá-la pela cintura, balança-la no ar e agradecer a todos que os tenham ajudado em seu sucesso.

Como na maioria das sagas de Hollywood, a história de Oscar 3453 começa com dois personagens: neste caso, um pedaço de metal derretido e um molde no formato de um homem, descrito certa vez por Bette Davis como parecido com seu primeiro marido.

Visita à fábrica
A fábrica das estatatuetas do Oscar, a R.S. Owens, fica em um edifício comum na Avenida Lynch, em Hollywood, onde elas são produzidas desde 1983. Nossa visita aconteceu no dia 22 de janeiro, em que, por coincidência ou não, foram anunciados os indicados ao prêmio. O Curioso Caso de Benjamin Button recebeu 13 indicações, levantando, portanto, a chande de que a 3453 termine nas mãos de Brad Pitt ou do maquiador Greg Cannom.

Mas, no momento, Martin Vega está concentrado em sua atividade de derreter barras de um metal de qualidade em um tanque. Ele então mergulha uma concha no líquido fervente e aos poucos derrama o material em um molde de aço, um dos dois que foram preparados. O molde remanescente geralmente é guardado em um cofre que só é utilizado neste período do ano, durante os dias em que as 50 estatuetas do Oscar são produzidas.

Vega sacode levemente o molde enquanto derrama o líquido, para que seja preenchido uniformemente. Isso demora apenas 13 segundos, e logo ele encaixa a parte de cima do molde e bate nele com um martelo até que a parte traseira da estatueta seja revelada. "Nada mal para um homem de 81 anos", diz Noreen Prohaska, gerente da fábrica e guia de nossa visita. Vega pega a estatueta ainda quente e a deita sobre uma mesa, ao lado de outras sete iguais.

Elas devem esfriar por cerca de uma hora antes de terem aparados os excessos de material, além de uma peça (algo como uma maçaneta) que serve para segurá-las. Em seguida, são levadas até Gonzalez, que fica na máquina de polir. Ele alisa as estatuetas com uma roda de lixa do tamanho da roda de um carrinho de brinquedo. Nesse processo, ele retira a chamada "carne" das estatuetas, uma linha em relevo deixada pela parte em que os moldes são encaixados. Ele então substitui a roda por outra maior e continua o polimento. Depois de 45 minutos, o Oscar brilha.

Controle
Cada estatueta recebe um número de série, que é gravado em sua base, para garantir que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas possa seguir o caminho delas. Louise White, que trabalha gravando os números, segura o Oscar de cabeça para baixo, encostando o topo da cabeça em um pedaço de borracha. "Quero evitar que ela tenha dor de cabeça", diz. Os números 3-4-5-3 são alinhados na máquina de gravação, e White usa um instrumento que lembra uma broca de dentista.

Depois da gravação, o Oscar é testado para confirmar se não há bolhas de ar ou rachaduras que possam comprometer sua estrutura. Alguns dias depois, ele é banhado em cobre, níquel e prata. Por fim, chega o momento mais sonhado de todo troféu: ele é mergulhado em um tanque cheio de ouro 24 quilates. No início de fevereiro, as estatuetas serão reunidas e são enviadas para Hollywood.

* fonte: portal G1 (Don Babwin, da AP)

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