Com esse momento singelo, o francês Michel Ocelot segue sua brilhante carreira, que já nos deu Príncipes e Princesas (2000) e Kirikou e a Feiticeira (1998). O estilo gráfico da novidade segue pelos caminhos inusitados das obras anteriores, uma rica mistura de computação gráfica elaborada com cores fortes e chapadas, repleta de detalhes refinados e design equilibrado e simétrico. O resultado é vibrante e muito agradável, depois de passada a estranheza da "descompressão" mental dos primeiros segundos.
A história trata de tolerância, amor e determinação. Nela, duas crianças - Azur e Asmar - são criadas pela mesma mulher. Mas apenas Asmar é filho de Jenane, que serve como ama-de-leite do jovem nobre Azur. Mas quando Jenane é expulsa, essa família é brutalmente separada. Sozinho, Azur cresce em meio à nobreza, mas jamais esquece as fantásticas histórias da babá - especialmente a lenda da Fada dos Djins - e quando atinge certa idade, decide cruzar o mundo para encontrá-la.
Ocelot criou o visual, dirigiu e escreveu o roteiro do filme, além de ter sido extremamente feliz também na escolha de sua equipe, especialmente o elenco de vozes. A onipresente palestina Hiam Abbass (de Munique e Paradise Now) e o sensacional Patrick Timsit, que faz a voz do mendigo Crapoux, destacam-se com um trabalho brilhante, que dá realmente vida a seus personagens. A aventura perde um pouco de fôlego no final, um tanto convencional e previsível, mas destaca-se com louvor do resto da homogênea produção que toda semana chega às nossas telas.
Exibição: dia 02, quinta, 9h30, HBO Plus
Classificação: livre
* texto do amigo érico borgo, publicado originalmente no site omelete
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