segunda-feira, 20 de abril de 2009

Literatura: Claro Escuro

Quem não tem medo nesta vida? A pequenina Gabi também tem e seu quarto é escuro feito breu. E toda vez que ela tentar entrar lá coisas bem estranhas acontecem. Mas, maior que o medo, é a curiosidade da menina, e isso pode salvá-la... Claro Escuro (editora Dimensão) é mais um livro infantil bem bacana (daqueles que também encantam os adultos) da escritora Branca Maria de Paula lança.

Desta vez, em parceria com o ilustrador Rubem Filho, que dá vida à pequena e esperta personagem, Gabriela. Com um texto fácil e interessante, o livro aborda a questão do medo do escuro de uma forma poética, nada convencional. Ao mesmo tempo, fala da busca de soluções para o problema e as diversas formas de enfrentá-lo. Estimula ainda a procura de saídas criativas e corajosas para lidar com aquilo que mais nos intimida ou amedronta. Conheça um pouco mais sobre essa fantástica obra e sua autora nesta entrevista publicada no site Cronópios.

O que levou você a se dedicar aos livros infanto-juvenis?
A primeira história infantil que escrevi, Um Livro Mágico, nasceu de uma conversa que tive com meus filhos, ainda pequenos. Uma história de trovões, acho. Fomos inventando juntos. Depois, eu queria recontá-la, mas não conseguia. Não achava o tom, apesar de ter o mote. Então, tentei escrevê-la. Resultado: as versões foram tantas que não restou nem mesmo a palavra “trovão”. Saiu tudo diferente. É sempre assim, nunca sei onde as histórias me levam.

Em sua infância, quais os autores de que você mais gostava e qual o que mais a influenciou?
Costumo dizer que tudo me influenciou – de gibis a Mil e Uma Noites. Até livro de catecismo me influenciou. Eu tinha uma coleção azul, de pequenos livros, que me marcou muito: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, por exemplo, fazia parte dela. A chamada “literatura infantil” praticamente não existia. E os poucos livros que circulavam não eram coloridos e ilustrados como os de hoje. Guardo ainda Cazuza, daquele tempo. E a coleção Júlio Verne. Eu lia tudo que me chegava às mãos.

Qual a sua opinião em relação aos parâmetros adotados pelo governo na adoção de livros?
Não consigo entender bem os critérios adotados pelo governo. À primeira vista, parecem-me aleatórios. Talvez me faltem maiores informações “pedagógicas”, não sei. De qualquer forma, melhor errar nas escolhas que não adotar livro de jeito nenhum. Mas o ideal seria que houvesse maior transparência nas ações e uma defesa clara dos motivos que levaram à adoção dos títulos.

O que diferencia a criança que lê da que não lê?
Os livros podem nos ensinar muitas coisas. Entre elas, pensar com a própria cabeça. A criança que lê tem mais chance de exercitar a imaginação e desenvolver a consciência crítica. Com isso, ela se torna, também, mais independente e segura. Além disso, pode viver uma experiência que é apenas sua e não tem nada a ver com o mundo de fora. Acredito também que, futuramente, saberá identificar com mais tranqüilidade aquilo que de fato ela quer ser na vida, pois escutará a si própria e não aos outros.

(shirley paradizo*)

* fonte: site cronópios

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