Os "brinquedos óticos" e o desenvolvimento do fenômeno cinematográfico
12.000 a.C. - as pinturas rupestres das grutas de Altamira, na Espanha, são consideradas os primórdios do cinema, por já apresentarem um caráter narrativo.
6.000/1.500 a .C. - egípcios e babilônicos já observavam a decomposição do movimento.
( ? ) - os baixos relevos assírios já apresentavam uma tentativa de se organizar fragmentos distintos consecutivos de um mesmo acontecimento em um mesmo espaço, ou seja, já se buscava uma narrativa linear.
1.122 a.C. - projeções primitivas de figuras sobre fundo negro são realizadas pelos chineses.
347 a.C. - a câmara escura, de enorme importância para o desenvolvimento da fotografia, por ser a base do cinema, já é conhecida no Egito.
(d.C.) Idade Média - em painéis medievais, ocorre uma fragmentação e organização cronológica dos acontecimentos.
Século 2 - o astrônomo, geógrafo e matemático grego Cláudio Ptolomeu observa e estuda a persistência das impressões visuais na retina.
Século 11 - El-Hazem chega a estudar o tempo da persistência das impressões visuais na retina.
Século 17 (1646) - o jesuíta alemão Athanasius Kircher apresenta aquela que parece ter sido a primeira lanterna mágica. Tratava-se de uma caixa de grandes dimensões dotada de iluminação interna e um sistema de lentes que projetava em uma superfície branca imagens pintadas em chapas de vidro.
Século 18 - no decorrer desse século, surgiram diversos aparelhos que trabalhavam com projeções de imagens. Estes aparelhos apresentavam-se como uma nova forma de entretenimento, auxiliando na concepção do cinema como forma de espetáculo.
1770 - surge o Teatro de Sombras Chinesas na Alemanha, que adiciona movimento aos "brinquedos de projeção luminosa".
1780 - Charles deslumbrava os amantes das Sombras Chinesas com suas "Cabeças falantes".
1795 - Robertson apresenta o primeiro grande espetáculo de "sombras animadas", no qual episódios históricos eram contados e, além de possuírem forte teor ideológico, eram sonorizados e projetados com uma lanterna móvel. Robertson cria também o "Fantascópio", um projetor oculto por uma tela translúcida que projetava imagens de "fantasmas" na fumaça (para conferir-lhes tridimensionalidade) ou "demônios" que se arrastam pelas paredes.
1826 - o médico inglês Peter Mark Roget observou que se desenhos de pessoas ou objetos passarem diante de nossos olhos em consecutivas posições de um mesmo movimento e, se no intervalo da passagem de uma imagem a outra houver algo que obstrua nossa visão momentaneamente, a vista conservará a impressão de cada desenho até que o seguinte apareça. Estavam lançados os dois princípios básicos do fenômeno cinematográfico: a persistência retínica e a decomposição do movimento em estados sucessivos.
( ? ) - dr. Paris e W.H. Fintton lançam o brinquedo "Taumatropo"; um disco de papelão onde, em uma das faces, vê-se o desenho de uma gaiola e na outra o de um passarinho. Ao girar esse disco, tinha-se a impressão de que o pássaro estava dentro da gaiola.
1833 - o físico belga Joseph Antonie-Fernand Plateau procede diversas experiências sobre a persistência das imagens na retina, e encara a possibilidade da reconstituição deste movimento pela visão intermitente dos corpos animados. Ele desenvolve o "Fenaquistiscópio", dispositivo composto por dois círculos dispostos frente a frente, no qual, ao redor de um desses discos, encontra-se a representação visual da decomposição de um movimento qualquer e, ao redor do outro disco, vemos pequenas janelas cujo número era igual ao de desenhos contidos no outro disco. Para se observar a reconstituição do movimento, bastava girar ambos os discos e olhar pelas "janelas".
( ? ) - o matemático inglês William George Horner cria o "Zootropo", aparelho que obedece ao mesmo princípio do Fenaquistiscópio. O "Zootropo" era uma espécie de cilindro que girava de um eixo vertical. Na parte superior do cilindro, foram abertas fendas eqüidistantes e os desenhos eram agrupados em uma fita (precursora da película cinematográfica) colocada na parte inferior do cilindro, ficando cada desenho em correspondência com o intervalo de duas fendas consecutivas.
1852 - Duboscq lança o "Bioscópio", aparelho que substitui as fendas e desenhos do Zootropo por lentes e fotografias. Apesar deste aparelho já apresentar sequências fotográficas animadas, estas não eram feitas em live action, mas por meio de poses fixas.
1872 - O fotógrafo Eadweard Muybridge, desafiado em uma aposta pelo governador da Califórnia, Leland Standford, desenvolve uma experiência para provar que havia uma posição no galope do cavalo em que nenhuma das quatro patas do animal tocava o chão. Para isso, Muybridge, auxiliado pelo engenheiro John D. Isaacs, utiliza-se de uma série de 24 câmaras escuras (cada qual com uma chapa emulsionada), que abriam-se progressivamente à medida que passava o cavalo. Na sua corrida, este tocava sucessivamente em fios, devidamente esticados, para acionarem os obturadores das câmaras. Pelo notável resultado prático da experiência, costuma-se atribuir a Standford e Muybridge as honras da descoberta do processo de analizar o movimento fotograficamente.
1874 - o astrônomo gaulês Janssen registrou a passagem do planeta Vênus diante do sol com um aparelho chamado "revólver astronômico", no qual uma chapa de Daguerre girava em movimento circular e, a intervalos regulares, era exposta aos raios luminosos.
1882 - o fisiologista Etienne-Jules Marey, que naquele ano se encontrou com Eadweard Muybridge, desenvolve a "Espingarda Fotográfica", semelhante ao "revólver astronômico" de Janssen. Marey dedicava-se ao seu método gráfico de reprodução dos movimentos animais e, segundo dizem, sofreu grande influência das experiências de Muybridge com o registro de movimentos. Após empreender um breve retrocesso no desenvolvimento da técnica da fotografia animada, com sua "cronofotografia de placa fixa", Marey desenvolve o "Cronofotógrafo de Película", em que uma fita de papel emulsionada desenrola-se a espaços regulares; Esse foi o parente mais próximo das atuais câmaras de filmar, mas não se deve atribuir a Marey o título de inventor da cinematografia pelo fato de que só conseguia enxergar a aplicação desses recursos para fins científicos.
1886 - Eadweard Muybridge se encontra com Thomas Alva Édison, que, assim como Marey, também sofreu grande influência de Muybridge em suas experiências.
1889 - Dickson, ajudante de Édison, o surpreende com projeções sonoras de vistas animadas feitas por intermédio de um aparelho chamado "Cinefonógrafo", que além de registrar as imagens na película, mais tarde as projetava. Devido à grande dificuldade de sincronização entre imagem e som, o "Cinefonógrafo" logo foi abandonado. Édison melhor desenvolve o dispositivo e cria o "Cinefonógrafo", em que, após a introdução de uma moeda, o freguês podia observar através de uma lupa imagens fotográficas animadas registradas em película.
1891 - Édison desenvolve o "Cinetógrafo", ou máquina de registro em película, que naquele ano era o melhor aparelho para tal fim.
1894/1895 - Os irmãos Auguste e Louis Lumiére, após analisarem os aparelhos inventados (que apresentavam sistemas falhos), criam o "Cinematógrafo", aparelho com o qual se registrava e projetava imagens. E foi com esse aparelho que eles realizaram a memorável sessão de 28 de dezembro de 1895. É certo que inúmeras outras projeções públicas já haviam sido feitas, mas essa entrou para história pelo seu incrível primor técnico.
* fonte: site quadro a quadro
Nenhum comentário:
Postar um comentário