segunda-feira, 22 de junho de 2009

Literatura: O Cachorro do Coelho

“O coelho Marcelo tem um cachorro amarelo. O cachorro, que se chama Zorro, tem um elefante imenso chamado Lourenço”. É assim, com uma sucessão de animais e um texto quase “cantado”, que se desenrola o livro O Cachorro do Coelho, ilustrado e escrito pela francesa Dorothée de Monfreid. Aqui no Brasil, a obra é lançada pela Martins Fontes com tradução de Mônica Stahel (R$ 19,80).

Nascida em uma família de artistas, Dorothée diz que desenha desde que aprendeu a segurar um lápis. Profissionalmente, a literatura passou a fazer parte de sua vida há 10 anos. “Meu avô (Henry de Monfreid) foi escritor, minha avó é pintora, meu pai arquiteto... Eu sempre vivi imersa em um ambiente de muita observação das coisas, onde se desenhava e se lia bastante”, diz.

Em comemoração ao Ano da França no Brasil, Dorothée esteve no país, semana passada, para lançar o livro durante o 11º Salão da FNLIJ. Nesta entrevista, ela fala um pouco mais sobre o seu processo de criação e por que os animais estão sempre tão presentes em suas histórias.

Como surgiu a ideia para O Cachorro do Coelho?
Eu me inspirei em um conto russo chamado A Casa da Mosca. Nessa história, há uma sucessão de animais que preenche uma casa até que um urso, grande demais para entrar, chega esmagando tudo. Eu parti desse princípio de acumulação e reiventei a história.

Geralmente, você pensa primeiro na história ou na ilustração?
Depende. Um pouco dos dois a cada vez. Frequentemente eu começo imaginando um personagem e um tema. Então, eu desenho alguns croquis que definem o visual. Em seguida, escrevo a história e faço as ilustrações a partir dos croquis iniciais.

Por que você escolheu a literatura infantil? O que mais gosta em escrever para as crianças?
A literatura infantil é um dos raros segmentos em que podemos escrever e desenhar livremente. Não há a mesma pressão pela qual passam os escritores de literatura “adulta”. E, principalmente, por que temos o direito de ser engraçados!

Em seus livros, há um personagem ou tema que prefere?
Eu adoro desenhar animais. O personagem que eu mais desenhei até agora é o elefante Coco. Outra coisa que eu gosto é contar histórias que abordam as relações humanas, seja entre os amigos ou a família.

E por que essa escolha pelos animais? Você acredita que eles têm uma forte ligação com as crianças?
Muitas vezes, as crianças acabam se parecendo com os pequenos animais; elas têm a mesma espontaneidade e instinto deles. Do ponto de vista do desenho, os animais são menos intimidantes do que os humanos. Eles são mais facilmente transformados e interpretados.

Você tem duas filhas: uma de 4 anos e meio e outra de 1 ano e meio...como elas veem seu trabalho?
Elas adoram as histórias. E como meu marido também é autor e ilustrador, elas pensam que todos os pais sabem desenhar e fazer livros!

Elas já a inspiraram a escrever alguma história?
Provavelmente, mas no geral são as pequenas coisas que me inspiram, como uma roupa - o pijama do personagem Fantin em Noite Escura (livro também lançado pela Martins Fontes) é o mesmo de minha filha mais velha -, um ambiente, atitudes, expressões e comportamentos. Eu nunca sei dizer exatamente de onde vêm as idéias, elas são compostas sempre por uma mistura de coisas.

* texto de simone tinti, publicado originalmente no site da revista crescer

4 comentários:

  1. E lá vou eu procurar esse livro, pois fiquei curiosa para ler até o final,rs. Shirley adorei a entrevista e a dica, como sou rata de biblioteca adoro ler. Beijos

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  2. Olá Shirley. Tudo bom?

    Senti falta da sua postagem na Blogagem Coletiva! Não deu certo?

    Há braços
    Paulo

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  3. oi, paulo... foi aniversário da minha mãe e ela fez um almoço... demorou mais do que imaginava... acabei chegando tarde em casa e com preguiça de ligar o micro! uma pena... inclusive, preciso me desculpar lá com a Nade! Deve ter sido bem bacana!

    bjinhos

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  4. Olá Shirley

    Muito boa a dica. Desenhar já é um dom, já desenhar e escrever, meu deus: é incrível.

    abraços e até mais =D

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