terça-feira, 14 de julho de 2009

Cinema: Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Em 2001, Harry Potter e a Pedra Filosofal inaugurou uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema contemporâneo: os cinco filmes da série já faturaram quase US$ 5 bilhões nas bilheterias mundiais, sem contar vendas em DVD e subprodutos relacionados aos personagens. Harry Potter e o Enigma do Príncipe, sexto longa-metragem baseado na milionária saga literária criada por J.K. Rowling, chega aos cinemas carregando nas costas não somente as expectativas dos executivos de Hollywood, mas, principalmente, dos muitos fãs do bruxo, que, mais uma vez, não devem sair decepcionados da sala de cinema.

No sexto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Harry Potter (Daniel Radcliffe) abraça de vez seu papel como “o escolhido” na luta contra as forças de Voldemort, que neste filme aparece somente em flash-backs, encarnado em sua figura infantil, quando respondia pelo nome de Tom Riddle (Hero Fiennes-Tiffin, sobrinho de Ralph Fiennes, que personifica o vilão da saga nos longas anteriores). Dessa forma, Potter acaba tornando-se um importante aliado de Alvo Dumbledore (Michael Gambon), o diretor de Hogwarts.

Em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, as investidas de Voldemort e seus perigosos dementadores afetam também o mundo real: uma das primeiras cenas é quando eles destroem a Ponte do Milênio, um dos cartões postais de Londres, numa das muitas bem-sucedidas demonstrações que a produção traz em se tratando de efeitos especiais. Nada mais natural, já que a trama tão fantasiosa como a imaginada por Rowling exige o que há de mais avançado em tecnologia.

Como nos capítulos anteriores, a produção não deixa a desejar neste sentido. Harry Potter e o Enigma do Príncipe também mostra claramente que pretende delinear novos rumos aos personagens. Agora, Potter e seus dois melhores amigos, Ron Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), são veteranos em Hogwarts; portanto, caminham para a idade adulta, enfrentando desafios também mais maduros, muitos deles relacionados a romances na escola de magia.

No fim das contas, o tal do enigma do príncipe que ilustra o título acaba ficando em segundo plano, já que a ideia, além de apresentar a maturidade dos protagonistas, é também jogar luz a um lado de Voldemort que seguia inexplorado dentro da saga. E, claro, vale lembrar que o quadribol, ausente no último filme retorna com cenas empolgantes nesta nova aventura dirigida por David Yates (o mesmo de Harry Potter e a Ordem da Fênix).

Por outro lado, Draco Malfoy (Tom Felton) também desponta como um vilão muito mais perigoso do que aparentava nos primeiros filmes. Recluso, longe de sua turma de arruaceiros, ele caminha cada vez mais junto às forças ocultas.

Mesmo atingindo o objetivo de focar questões mais adultas e desafios reveladores, O Enigma do Príncipe ainda parece ser um filme de transição, com conflitos mal resolvidos que devem chegar a uma conclusão nos dois próximos longas da série, a primeira e segunda parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Esta questão não chega a incomodar, mas apenas perpetua o fato de que a saga ainda é capaz de envolver o espectador e seguir atiçando sua curiosidade.

Em cartaz: dia 15, quarta, nos cinemas nacionais

Classificação: 12 anos

(angélica bito*)

* texto da amiga jornalista angélica bito - de quem aprecio muito o trabalho, publicado originalmente no site cineclick (um endereço bacana que traz críticas, novidades e informações sobre o universo cinematográfico)

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