quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Animação em pauta: Os desenhos mais importante da história

Eleger a animação mais importante da história não é uma tarefa das mais fáceis. Existem vários animados inesquecíveis, independentemente do critério adotado. Se optarmos pelo critério cronológico, por exemplo, o mais importante é o primeiro desenho, o ancestral Humorous Phases of Funny Faces (Fases Cômicas das Faces Engraçadas), filmado pelo inglês James Stuart Blackton, em 1906.

A confecção das primeiras figuras animadas abriu caminho para vários desenhistas talentosos nas décadas seguintes. Nos anos 30 e 40, o gênero revelou grandes personagens, como a sexy Betty Boop, de 1932, e o marinheiro Popeye, de 1933, ambos criados pelos irmãos Fleischer. Ou ainda o maluco coelho Pernalonga, concebido em 1938 pelos americanos Tex Avery e Chuck Jones.

Mais tarde, os animadores William Hanna e Joseph Barbera produziram algumas das séries mais conhecidas da TV, como Os Flintstones (1960), a primeira a ocupar o horário nobre nos Estados Unidos. Mas nenhuma retrospectiva dos desenhos estaria completa sem mencionar o genial trabalho de quase meio século do americano Walt Disney, responsável por algumas das inovações mais importantes de todos os tempos na animação.

Das mãos de sua equipe saíram o primeiro desenho sonorizado, Steamboat Willie (Willie do Barco a Vapor, de 1928), o primeiro desenho colorido, Flowers and Trees (Flores e Árvores, de 1932 - imagem acima), e o primeiro longa-metragem animado, Branca de Neve e os Sete Anões, de 1937.

Sucessos de público, as numerosas criações de Disney também foram recompensadas pela crítica: ao todo, o americano colecionou 32 Oscar em vida. Depois de sua morte, seus estúdios continuaram produzindo obras revolucionárias, como O Rei Leão (1994), a animação recordista de bilheteria. O reinado de Simba, entretanto, já foi ameaçado por tantos outros sucessos que vieram depois, entre eles os simpáticos peixinhos de Procurando Nemo (2003), o ogro verde Shrek ou o herói canino de Bolt: Supercão (2009). Confira abaixo as 10 produções que mudaram a história da animação.

Humorous Phases of Funny Faces (1906) - para produzir os três minutos da pioneira animação, o inglês James Stuart Blackton fez 3 mil desenhos e os fotografou quadro a quadro. Munida de giz, a mão do artista aparece no desenho rabiscando caretas, homens de perfil e vários objetos. Com o sucesso, a produtora encomendou a Blackton uma série de desenhos para o cinema.

Steamboat Willie (1928) - no primeiro desenho com som da história e que celebrizou o camundongo Mickey, o próprio Disney regeu a orquestra responsável pela trilha sonora e fez a voz do ratinho, criado no mesmo ano em duas animações mudas que passaram quase despercebidas. A estréia sonorizada impulsionou o personagem ao estrelato: em apenas um ano, Mickey ganhou mais 15 desenhos.

O Gato Félix (1930) - lançado pelo americano Otto Messmer e pelo australiano Pat Sullivan, o animado foi o primeiro a ser transmitido pela televisão. O risonho gato preto surgiu na animação Feline Follies, de 1919. Félix foi o maior astro dos desenhos da era muda, mas não conseguiu sobreviver ao cinema sonoro. Apesar do fracasso nas telonas, a animação teve o privilégio de ser a primeira a ser transmitida pela televisão, em 1930.

Flowers and Trees (1932) - em 1932, Disney foi à Technicolor, empresa que tinha criado um sistema para usar cores em filmes, e pediu-lhes exclusividade por dois anos. O primeiro resultado da parceria foi Flowers and Trees (Flores e Árvores), o pioneiro desenho colorido, que deu a Disney um Oscar no primeiro ano em que foi criado um troféu específico para celebrar a animação.

Branca de Neve e os Sete Anões (1937) - além do título de primeiro longa-metragem, a animação é também considerada uma das mais belas da história. Para finalizá-la, 800 artistas produziram mais de 1 milhão de desenhos, dos quais cerca de 250 mil foram usados. A inovação foi um sucesso de público (em números de hoje, a bilheteria ultrapassaria 6 bilhões de dólares), e rendeu a Disney um Oscar especial, acompanhado por outras sete mini-estatuetas.

Sinfonia Amazônica (1953) - o primeiro longa-metragem animado brasileiro foi dirigido por Anélio Lattini Filho. Para concluir o filme, o diretor demorou seis anos, trabalhando sozinho na elaboração de 500 mil desenhos e em todas as etapas da produção. Considerado pelos críticos uma obra-prima da animação nacional, o filme conta lendas folclóricas da região Norte do país.

Os Flinstones (1960-1966) - a família pré-histórica de Bedrock foi criada em 1960 pelo estúdio Hanna Barbera, tornando-se a primeira série animada exibida em horário nobre na TV americana. A popularidade garantiu seis anos de duração às confusões de Fred, Wilma, Barney e Betty, além de inspirar a criação de Os Jetsons (1962), uma espécie de Flintstones do futuro.

Os Simpsons (desde 1989) - criada pelo desenhista Matt Groening, essa família maluca estreou em vinhetas nos Estados Unidos em 1987. Dois anos depois, Homer e companhia ganharam um série que já entrou em sua 20a temporada nos Estados Unidos. Transmitido em 70 países, o programa já levou para casa 24 prêmios Emmy, o mais prestigioso da TV americana, e o título da série de maior longevidade da telinha, empatando o record com seriado faroeste Gunsmoke.

Shrek 2 (2004) - somando as bilheterias do mundo todo, o filme faturou mais de 900 milhões de dólares, cifra que lhe dá o troféu de animação mais vista e de 10a bilheteria da história. Enquanto o primeiro ensinou ao mundo e aos executivos como um verdadeiro filme infantil deve ser, o segundo chegou para mostrar que a sequência pode ser tão boa quanto o original. Nele, Shrek e Fiona, a agora casados e morando no pântano, são convidados para um jantar com os pais dela, que desejam conhecê-lo.

Toy Story (1995) - dirigido por John Lasseter, o primeiro desenho animado feito totalmente em computador foi produzido em uma parceria entre os estúdios Disney e Pixar, a um custo de 30 milhões de dólares. O sucesso das aventuras do astronauta de brinquedo Buzz Lightyear credenciou os produtores a lançar uma sequência bem-sucedida, Toy Story 2, de 1999.

* o texto de Cíntia Cristina da Silva, publicado originalmente na revista mundo estranho e com atualizações por shirley paradizo

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