quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Novo animado brasileiro em produção

Está em fase de produção novo longa-metragem de animação nacional, que leva a assinada dos mesma equipe de Brichos (2006). De acordo com informações divulgada para a imprensa, A Floresta É Nossa vai ocupar 60 profissionais, espalhados por todo o país. Na história, os animais da Vila dos Brichos recebem uma oferta das mais tentadoras: transformar o pacato lugarejo em uma megalópole moderna, cheia de progresso, onde todos ficariam ricos rapidamente. Para isso, basta vender a Floresta que está ao seu redor para os investidores estrangeiros.

Com a floresta colocada abaixo, viabilizando a exploração total e veloz de seus recursos naturais, da superfície e do subsolo, o dinheiro brotaria como água. Com mentiras, máquinas destruidoras, conexões internacionais, muito dinheiro e nenhum caráter, um grupo de malvados investidores tentam convencer os animais das vantagens que eles teriam em transformar a Vila em uma Megalópole, abandonando seu modo de vida, em troca de um modelo mais “moderno”, de maior “progresso”. Nesta disputa pelas terras, muitas batalhas serão travadas: nas areias do deserto, na vastidão congelada de uma floresta distante, na própria Vila dos Brichos, no ambiente virtual da internet, e até nos campos místicos da espiritualidade.

A Floresta É Nossa tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2011. Confira abaixo entrevista com o diretor Paulo Munhoz, cedida pelo pessoal da assessoria, como parte da divulgação do filme.

A Floresta é Nossa pode ser considerada como uma continuação de Brichos, seu desenho animado anterior?
Eu não diria exatamente uma continuação, mas uma nova aventura vivida basicamente pelos mesmos personagens, com a inclusão de novos protagonistas. Para entender melhor o conceito, é preciso esclarecer que Brichos (uma brincadeira com a expressão “Bichos do Brasil”) não é apenas um longa-metragem. Ele é todo um projeto que envolve livro, site, o filme em si, um futuro seriado de TV, além de ações nas áreas cultural e estudantil. A Floresta é Nossa é a segunda aventura desses personagens em longa-metragem, dentro desse projeto mais amplo, mas não considero que seja uma “continuação”, no sentido corriqueiro do termo.

Um dos personagens principais é um filhote de Jaguar que se chama Tales, que é também o nome de seu filho. Quem “nasceu” primeiro?
O Tales, meu filho, é meio “pai” do filme (risos). Explico: eu pensava em primeiro fazer um longa, e depois ter um filho. Mas o tempo foi passando, passando e o longa não vinha. Quando percebi, eu já tinha 40 anos. Assim, eu e a minha esposa, Daniella, decidimos ter um filho. Foi fantástico! Quando peguei o Tales no colo, recém-saído da barriga da mãe, olhei para ele e vi que tudo o mais não tinha tanto sentido. Não me importava mais ter um longa ou não, ser cineasta ou pipoqueiro ou banqueiro. Nada substituiria aquela obra. Uma obra que andaria por suas próprias pernas. Bem, uma semana depois, vem o resultado da Petrobras que viabilizou o projeto do primeiro filme, Brichos. Intimamente, eu queria dar o nome de Tales para o filhote de jaguar, mas de certa forma parecia corujice demais... Passamos, então, a chamar o personagem de Sol. E não é que a Globo lança uma novela com uma personagem chamada justamente Sol? Novamente senti os Deuses enviando mensagens e batizei o jaguarzinho de Tales mesmo.

A Floresta é Nossa será um desenho animado produzido no 2D artesanal e tradicional, ou no 3D totalmente virtual?
Nem totalmente uma coisa nem totalmente outra coisa. Na verdade, é um processo, vamos dizer assim... “artesanal eletrônico”. Ou seja, é tudo desenhado diretamente no computador, mas tudo frame a frame, com vários layers para cada frame. É um trabalho muito intenso de desenho, estudos etc. Utilizamos técnicas de 3D para facilitar o entendimento das cenas, os enquadramentos, mas toda a animação é 2D, tudo virtual, com papel usado apenas para rabiscos, elaborações conceituais, esboços.

De quem serão as vozes dos personagens?
Não há ainda todos os nomes definidos. Teremos certamente Fabíola Nascimento (de Estômago); o ator, compositor e multimídia André Abujamra; a atriz e cantora paranaense Michele Pucci. Há vários outros já confirmados e outros ainda em processo de confirmação.

De que maneira a experiência de Brichos contribui para A Floresta é Nossa?
Eu aproveitei todas as sessões em que Brichos foi exibido e todos os retornos recebidos para desenvolver este novo projeto. Assim, tivemos subsídios para um redesign dos personagens e para criar um roteiro com ainda mais ação. São mantidas as personalidades dos personagens além, é claro, de um tipo de conteúdo realmente preocupado com a questão ecológica.

Podemos dizer então que os Brichos continuam em atividade?
Sim, é muito interessante perceber que de certa forma, Brichos nunca parou de ser exibido, até hoje, em cinemas pequenos pelo interior do país. Em agosto agora de 2009, por exemplo, ele passou na cidade de Matão, interior paulista. Ninguém contabiliza isso... A gente percebe o sucesso de Brichos nas ruas. Certa vez, uma senhora de Belo Horizonte nos mandou um e-mail perguntando onde encontrar o DVD do filme, pois ela queria que fosse o tema da festa de aniversário do filho dela, que ocorreria em um cinema. É muito gratificante.

Como você está conseguindo viabilizar esta produção?
Nós fomos contemplados no edital de cinema do BNDES que aportou o montante necessário para iniciarmos o projeto. Estamos tentando novos editais e buscando apoios e patrocínios diretos. Temos garantias de apoio local através da FIEP e, graças ao esforço de nosso produtor associado Panda Filmes, estamos tendo o apoio da CORSAN RS. Enfim, é uma árdua tarefa reunir as condições financeiras para o filme. No fundo, quem se diverte mais na produção são os animadores e os atores. Como diretor unido à tarefa de produção, vivo um misto de alegrias, preocupações, esperanças e ansiedades. O que importa mesmo é que o filme está ficando maravilhoso.

(shirley paradizo)

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