segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Literatura: Morango Sardento

Quem costuma assistir aos filmes protagonizados pela atriz americana Julianne Moore, como Fim de Caso, Ensaio sobre a Cegueira e em Direito de Amar, não imagina que ela passou por maus bocados na escola primária por ser sardenta e ruiva. Frágil, magrinha e avessa a atividades físicas, a então garota de 7 anos se sentia um ser de outro planeta e era atormentada pelos colegas, ganhando o apelido de Freckleface Strawberry (algo como "cara de morango sardento"). Foi somente há cerca de três anos que ela decidiu ajustar as contas com seu "tenebroso" passado e, de quebra, fazer algo para defender as sardas de seus filhos - Caleb (12 anos) e Liv Helen (8 anos) - ao escrever o o livro infantil Morango Sardento (40 páginas, Editora Cosac Naify, R$ 45,00).

Com mais de 50 mil exemplares vendidos somente nos Estados Unidos, o livro marca sua estreia na literatura de forma inspiradora e divertida. É com muita leveza e rindo de si mesma que Julianne tenta mostrar às crianças que ser diferente não deve trazer infelicidade. Ao contrário, como prova a obra ilustrada pela desenhista vietnamita LeUyen Pham, que mora em São Francisco. A menina dessa hsitória detesta ter os cabelos vermelhos e, muito pior, o corpo cheios de sardas.

Sem entender de onde as sardas vieram (só ela tinha na família) e o porquê das pessoas sempre terem algum comentário humilhante a fazer sobre elas (“você é igual a uma girafa”), ela passa a tentar se livrar das suas marcas com todas as suas forças, tentando vários "tratamentos" para eliminar as sardas, como esfregar a pele com um escovão, passar tinta no rosto e tomar banho com suco de limão. Nenhum dá certo e ela resolve começar a sair de casa com um capuz que só deixa os olhos à mostra e muitas roupas para esconder todas as suas “inimigas”. Só, então, os colegas de escola percebem sua ausência e a ela, enfim, descobre como é amada. O final tem um sabor especial, já que a menina “vive feliz para sempre”, com suas sardas e seu cabelo vermelho.

No fundo, só o que muda é a forma como ela olha para si. Como já deu para perceber, o livro mostra mais do que uma história divertida sobre uma garota que quer se livrar de suas sardas. Ele fala de todas as pessoas que, por um motivo ou outro, se sentem diferentes e como ser observado por isso ou virar chacota dos colegas pode afetar profundamente o modo como a própria pessoa se olha. Morango Sardento trata de tolerância, de se aceitar as pessoas como elas são e, acima de tudo, de se aceitar como você é!

O livro tem tradução para o português da atriz Fernanda Torres e quarta capa assinada pela colega Débora Bloch, também sardenta, bela e ruiva. O sucesso foi tanto que a obra já ganhou uma até sequência, Freckleface Strawberry and the Dodgeball Bully, que deve chegar às livrarias brasileiras em 2011 como Morango Sardento e o Valentão do Recreio. Confira um depoimento de Julianne sobre abaixo e leia outra dica de livro aqui.

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