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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Estreia: Pequenas Histórias

Já faz nove anos que o cineasta mineiro Helvécio Ratton encantou as platéias com a versão cinematográfica do clássico da literatura infantil O Menino Maluquinho. Depois, ele mostrou sua versatilidade ao dirigir o romântico Amor & Cia., o irregular Uma Onda no Ar e o forte Batismo de Sangue. Em Pequenas Histórias, retorna ao universo da “mineirice” e da simplicidade. O título é dos mais honestos.

A proposta do trabalho é exatamente contar quatro pequenas histórias que unem elementos de humor, magia, poesia e brasilidade, que possam ser acompanhadas por toda a família. Quem une os contos é Marieta Severo, que simbolicamente tece bordados e retalhos numa grande varanda de uma casa de fazenda, enquanto se dirige diretamente à platéia para desfiar as quatro historietas.

Na primeira, um pescador vê sua sorte mudar ao se casar com a belíssima figura folclórica de Iara. Mas ele não sabe retribuir os favores desta verdadeira sereia. Na segunda, um garoto forçado a trabalhar como coroinha da igreja se apavora com as lendas (ou não?) da comunidade religiosa local. Na terceira, um ator decadente se vê obrigado a trabalhar como Papai Noel de loja para pagar o aluguel. Na última, um caipira extremamente ingênuo é presa fácil para os espertalhões da cidade.

Todas as histórias são despretensiosas, fáceis de acompanhar e se mostram claramente criadas e dirigidas para atingir o grande público, sem que para isso seja necessário nivelar a qualidade por baixo. Há toques poéticos, românticos e cômicos em todo o filme, e seguramente cada parte da platéia se identificará com uma ou duas delas.

Os episódios do Papai Noel e do caipira ingênuo talvez tivessem mais força se fossem encerrados alguns minutinhos antes; também fica claro o desnível de qualidade do elenco, que mistura grandes nomes (Paulo José, Gero Camilo, Patrícia Pillar, por exemplo) com outros nem tanto. Mas nada disso é suficiente para tirar os méritos deste filme autêntico, extremamente simpático e bem realizado, que busca o tão desejado diálogo com o público.

Exibição: dia 17, segunda, 22h, Canal Brasil

Classificação: Livre

(celso sabadin*)

* o multimídia e querido amigo celso sabadin é autor do livro autor do livro vocês ainda não ouviram nada – a barulhenta história do cinema mudo e jornalista especializado em crítica cinematográfica desde 1980. Atualmente, dirige o planeta tela (um espaço cultural que promove cursos, palestras e mostras de cinema) e é crítico de cinema da TV gazeta e da rádio bandeirantes.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Estréia: Anima Mundi Brasil

A partir de 14 de outubro e ao longo de 13 semanas, o Canal Brasil abre um espaço permanente em sua grade de programação para exibir curtas-metragens de animação. A segunda temporada da faixa Anima Mundi Brasil reserva aos fãs de animação a oportunidade de assistir a uma criteriosa seleção com alguns dos filmes brasileiros mais representativos do gênero, selecionados dentre os participantes das últimas edições do Festival Anima Mundi. O evento celebrou, em 2008, sua 16ª edição, ostentando os títulos de único festival de cinema de animação da América Latina e, hoje, um dos três mais importantes do mundo.

Separados por temáticas específicas, os programas reúnem filmes com os mais variados ritmos, cores e formas, levando para a televisão todas as técnicas de animação já produzidas. Antes de cada obra, o diretor do curta se apresenta ao público, destacando as curiosidades técnicas da produção.

O curta de abertura, no dia 14, é Poder Feminino (2008), que aborda a paixão que irrompe das tarefas e das interações cotidianas, revelando a força escondida na delicadeza das mulheres. Na animação em 3D Yansan (2007), de Carlos Eduardo Nogueira, Yansan e Xangô vieram juntos ao mundo, um pertence ao outro e morrerão no mesmo dia (imagem acima).

Na seqüência, o animado batizado pelos diretores Adriana Meirelles e Gianni Puzzo de Desventuras de um Dia ou a Vida Não É um Comercial de Margarina (2005) narra o atribulado cotidiano de Luíza, repórter que enfrenta o dia-a-dia estressante da cidade de São Paulo. Com direito a toda sorte de confusões, a jornada traz à tona os papéis assumidos pela mulher na sociedade. O filme mistura lápis sobre o papel, recortes, bonecos, rotoscopia e 3D.

Na terça seguinte, dia 21, entra em cena Delírio Infantil (2008), que mostra o talento especial das crianças na criação de mundos que os adultos não conseguem acessar é o tema do programa, composto apenas pelo curta Alex (2002). Resultado de uma criação coletiva durante o processo de trabalho, traz à tela a rotina do garoto Alex, com todas as suas brincadeiras, sonhos e devaneios. Na produção, a equipe utilizou as técnicas de lápis sobre o papel, bonecos, acetato e desenho manual.

Já a noite do dia 28 abre com Discutindo a Relação (2008), no qual, como o título sugere, todo tipo de relação é possível nos filmes de animação! O programa traz dois curtas-metragens que misturam as técnicas de bonecos e massinha. Em Sushi Man (2003), fechadas num apartamento, três pessoas tentam resolver seu triângulo amoroso, munidos de lógica, racionalidade, sushi e muito saquê.

Em seguida, Velha História (2004), de Cláudia Jouvin, narra o dia de um pescador que, à beira de um rio, fisga um peixe. A partir de um gesto de afeto, homem e animal desenvolvem uma linda amizade, admirada por todos no vilarejo. O único problema é a culpa por ter tirado o pequeno peixe do seio de sua família.

Estréia: dia 14, terça, meia-noite, Canal Brasil

(shirley paradizo)