sábado, 24 de janeiro de 2009

Especial: Asterix e Obelix

Em homenagem à notícia do criador de Asterix e Obelix, postei este especial que conta um pouco sobre os heróis gauleses, suas origens e criação. Espero que gostem! Ah, espero também que me desculpem, pois "comi bola". Ontem, no final da tarde, o canal Telecine Premium exibiu a animação Asterix e os Vikings. Mas fiquem de olho, pois, com certeza, haverá reprises!

A HISTÓRIA >> começa em um pequeno país da Europa, no final da década de 1950. Naquela época, todo o mundo estava se rendendo aos super-heróis dos HQs americanos. Todos? Não! Uma dupla de “druidas” resistiu bravamente aos invasores. Amigos de longa data, os desenhistas René Goscinny e Albert Uderzo declararam guerra aos ianques, recorrendo aos antigos habitantes da França, os gauleses, para criar seus próprios guerreiros e pôr um fim na soberania dos quadrinhos estrangeiros sobre os jovens leitores franceses. Assim, nasceram o baixinho Asterix e seu inseparável amigo, Obelix. Seus criadores também lhes deram um lar: uma aldeia ao norte da Gália e a única a não cair nas mãos de Júlio César. Chefiada por Abraracourcix, a vila à beira mar é um paraíso: de um lado há o mar, fonte de peixe e de novos mundos; do outro, uma floresta repleta de javalis e de romanos para espancar. Para isso, os moradores contam a ajuda de uma poção mágica preparada pelo druida celta Panoramix, que confere , temporariamente, a quem a beba uma força sobre-humana.

AS AVENTURAS >> dos heróis gauleses e de seu povo foram contadas pela primeira vez em outubro de 1959, nas páginas da revista francesa Pilote. Não demorou para surgir o primeiro álbum, Asterix, o Gaulês, em 1961, que iniciou uma coleção de mais de 30 histórias, sempre recheadas de referências, sátiras e aventuras. Asterix e Obelix descobriram a América, conheceram o belo nariz de Cleópatra, escalaram os montes suíços, roubaram a coroa do grande César de Roma, enfrentaram os romanos na Bretanha e na Bélgica e até foram vendidos como escravos. Ao longo dos anos, Urdezo e Goscinny foram ampliando esse universo, com novos e interessantes personagens. Muitos deles inspirados em pessoas da vida real, como Caius Saugrenus. O tecnocrata que destruiu a economia de Roma foi baseado no primeiro-ministro francês Jacques Chirac, que mais tarde seria eleito presidente. Em seus mais de 40 anos de existência, os livros protagonizados pelos gauleses já venderam mais de 300 milhões de exemplares no mundo, renderam games, CDs, peça de teatro, parque temático, filmes de animação e longa-metragens live-action como Asterix e Obelix contra César (1999), Asterix e Obelix: Missão Cleópatra (2000), Asterix e Obelix: Missão Cleópatra 2 (1999), os três protagonizadas por Christian Clavier (Asterix) e Gérard Depardieu (Obelix).

A ÚLTIMA VERSÃO >> a ser lançada nos cinemas foi Asterix Asterix nos Jogos Olímpicos (2008). Na aventura produzida por Thomas Langmann, os heróis descobrem que há uma competição esportiva entre gregos e romanos a cada quatro anos. E, claro, eles não poderiam ficar de fora. Para conseguirem participar, Asterix, Obelix e todos os moradores da aldeia até deixam de lado um pouco de seu patriotismo e assumem sua porção romana. Só há um detalhe que os guerreiros não contavam: não poderão utilizar a poção secreta de Panoramix. O filme foi a produção mais cara da história do cinema francês, custando cerca de 115 milhões de dólares e atraindao uma multidão aos cinemas em seu primeiro dia em cartaz no país de origem. Não foi para menos. Além da história bem atrativa, o longa contou com participações para lá de especiais. O piloto alemão Michael Schumacher, por exemplo, surge como o personagem Schumix, que dirige uma carruagem vermelha com o símbolo da Ferrari. Também aparecem o ex-jogador de futebol francês Zinedine Zidane, a tenista francesa Amelie Mauresmo, o jogador de basquete Tony Parker, o britânico David Beckham e outros. Na linha de frente, carregava uma novidade. Asterix, dessa vez, foi interpretrado por Clovis Cornillac, que substituiu Christian Clavier, protagonista dos longas anteriores. O veterano Gerard Depardieu manteve o papel de Obelix.

EM ANIMAÇÃO >> a última adaptação a alcançar as tela foi Asterix e o Vikings, em 2006. Dirigida por Stefan Fjednark, o filme é uma adaptação de “Asterix e os Normandos”. Na trama, os heróis encaram uma nova ameaça: os vikings. Os normandos acreditam que, se aprenderem a sentir medo, poderão voar. Por isso, atravessam o Ártico em busca da pessoa mais medrosa do planeta e encontram. Ele é o sobrinho do chefe gaulês Abracurcix, Calhambix. O adolescente está sob os cuidados de Asterix e Obelix, que têm a missão de transformá-lo em um guerreiro. O rapaz, no entanto, é seqüestrado pelos vikings, obrigando a dupla a seguir os bárbaros pelas águas geladas e a enfrentarem muitos obstáculos para trazê-lo de volta. Dentre eles, uma grande batalha contra o exército bárbaro e o repentino interesse amoroso entre Calhambix e a bela guerreira Abba, filha do líder viking Abominaf. A divertida animação é a mais cara já produzida na Europa, com orçamento de U$ 30 milhões de dólares e cerca de um terço de sua produção foi feita no Brasil, por uma equipe de 50 técnicos e artistas tupiniquins sob a coordenação do animador Marcelo de Moura.

A REALIDADE >> mistura-se com ficção nos livros de Asterix e Obelix. Historicamente, os gauleses foram derrotados pelos romanos de Júlio César. Suas terras foram conquistadas e seu povo submetido a um intenso processo de aculturação. Nenhuma tribo conseguiu resistir ao forte avanço das tropas do Império e sua cultura acabou também sucumbindo às imposições que vinham da Cidade Eterna, como era e ainda é conhecida a capital da Itália. Dentro desse contexto, Uderzo e Goscinny criaram a fictícia aldeia gaulesa que restistiu ao imenso poder de Roma graças à poção mágica do druída Panoramix. Alguns pesquisadores apostam que a destemida vila tem relações diretas com a resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial.

A MORTE >> de Goscinny, em 1977, não pôs um fim nas aventuras desses “irredutíveis” gauleses, como se acreditava na época. Seu parceiro assumiu as duas frentes de batalha, a de roteirista e a de desenhista, e manteve os fãs abastecidos com novas produções, entre elas Asterix: O Dia em que o Céu Caiu, Asterix e a Volta às Aulas e Asterix e o Regresso dos Gauleses.

O UNIVERSO >> desses carismáticos heróis se tornou real por meio de um parque temático. O Le Parc Asterix é totalmente ambientado na lendária aldeia galesa, com brinquedos e edificações que transportam os visitantes para o mundo de Asterix e Obelix. Entre as atrações estão espetáculos de baleias, teatros, circo, um navio gaulês e uma montanha-russa que atinge a velocidade de 80 quilômetros por hora. Apesar do apelo de herói nacional, sofre com a concorrência da vizinha ianque, o EuroDisney.

(shirley paradizo)

Um comentário:

Red Dust disse...

Um clássico da BD franco-belga e tanto Astérix como Obélix são das minhas personagens preferidas dos quadradinhos. Aconselho a leitura de todos os livros, talvez não apostando nos últimos que foram lançados, onde se nota alguma quebra de qualidade.

No cinema, o primeiro filme da saga é convincente e apelativo. Um verdadeiro manjar dos deuses para quem conhece as aventuras destes terríveis gauleses.

Abraço.