Esse bem-explorado visual 3D é a grande (senão a única) justificativa da existência do filme. O colorido, os detalhes da paisagem gélida da Antártida e do oceano tentam compensar a falta de imaginação da narrativa, altamente previsível. Assim, o diretor George Miller (de Babe, o Porquinho) até consegue varrer para debaixo do tapete de gelo a deficiência do roteiro.
Happy Feet 2: O Pinguim apóia-se naquele alicerce básico que sustenta a maioria dos filmes infantis: seja você mesmo e será feliz. Nada contra essa máxima, até porque faz certo sentido. Mas bem que se poderia procurar algo mais criativo a dizer às crianças ou uma forma melhor, mais sutil, de transmitir essa mesma mensagem.
Não é apenas o pequeno Erik (Yago Machado, na versão brasileira; Ava Acres, na versão original) que descobre a si mesmo. Há também o próprio pai, Mano (Daniel de Oliveira/Elijah Wood) e o krill Will (Sérgio Stern/Brad Pitt). No fundo, o filme é uma sessão coletiva de autodescoberta e aceitação numa embalagem fofinha.
Erik e uma dupla de amigos vão atrás do pinguim latino Ramón (Guilherme Briggs/Robin Williams) e conhecem um pinguim capaz de voar. Quando um acidente ecológico deixa isolada toda a turma de pinguins imperadores, o pequenino, seus amigos e seu pai é que tentarão salvá-los.
É uma trama um tanto deslocada, que aparece do meio para o final do filme para enriquecer um pouco o roteiro. Contam também com a ajuda do pinguim-guru Amoroso (Sidney Magal/Robin Williams, novamente).
A dupla de krills é o detalhe de maior graça e originalidade do longa. Talvez merecessem um filme só deles, retratando como um ser na base da cadeia alimentar se esforça para se tornar um predador assustador. A exibição em 3D, aliás, ajuda a dar uma grandiosidade à dupla, transformando os minúsculos invertebrados em seres gigantescos e interessantes.
alysson oliveira*
* texto do amigo alysson oliveira, publicado originalmento no site cineweb, um endereço bem bacana para os amantes da sétima arte
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