Logo nas primeiras cenas, a animação enche os olhos do espectador. São cenários criados cuidadosamente para dar vida a esta história fantasiosa. A Coraline do título é uma menina que acaba de mudar com os pais para uma enorme mansão rosa com mais de cem anos, alugada para outros dois inquilinos. Filha única, ela não consegue a atenção dos pais, ocupados demais com seu trabalho, encontrando na casa, nos ambientes que cercam sua nova moradia e nos excêntricos vizinhos uma forma de passar o tempo.
É onde ela encontra o verdadeiro significado da excentricidade: as velhas irmãs Spink e Forcible costumavam ser estrelas de musicais como os de teatro de revista, mas acabaram morando juntas, acompanhadas de três cachorrinhos, no andar de baixo; acima, o senhor Bobinsky treina seus camundongos saltitantes para um espetáculo; nos arredores, Wybie Lovat, que tem a mesma idade da menina, torna-se um possível aliado para suas aventuras. Ele e um gato preto.
Mas é na própria nova moradia que Coraline encontra a maior das descobertas: uma portinha, escondida sob o papel de parede. Isolada por tijolos, não leva a lugar nenhum, mas, quando seu vizinho a presenteia com uma boneca que parece ser sua versão em pano e linhas, Colarine descobre que a portinhola é capaz de levá-la a uma realidade paralela, o tal do mundo secreto do título, onde encontra uma casa idêntica à sua, mas com cores mais alegres. Como uma realidade alternativa à sua, só que bem mais atraente, sem as chateações que a afligem. Quem vive lá são versões de seus pais, mais bonitos, corados e divertidos, mas com um pequeno e assustador detalhe: eles têm botões em vez de olhos.
Com roteiro também assinado por Selick, Coraline e o Mundo Secreto trava diálogos bastante pontuais com as histórias da personagem Alice, criada por Lewis Carroll, que protagonizou os livros Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. São várias as referências: o camundongo que a leva a um túnel que serve de passagem para um mundo mágico e repleto de perigos, disfarçados de elementos sedutores; o gato falante e sabido; a assustadora rainha poderosa e malvada; uma outra realidade presente atrás de um espelho.
São mais referências com cara de homenagem, já que as aventuras da personagem de Carroll tornaram-se representativa em se tratando de histórias infantis. E, assim como Alice, Coraline passa por situações e desafios em sua jornada que a fazem valorizar sua própria realidade. Selick mantém seu estilo visual bastante característico nesta nova animação, bem como a excelência técnica. Existe todo um trabalho cuidadoso e meticuloso no sentido estético, principalmente na criação dos personagens e dos cenários.
Ao mesmo tempo, a animação, principalmente por conta da técnica, tem um ar artesanal, sem jamais perder a qualidade. Assim, a fábula é capaz de encantar não somente os mais novos - não tão jovens por conta dos toques de suspense que o filme adquire em alguns momentos -, mas também os adultos.
Exibição: dia 13, sexta, em todos o Brasil
Classificação: livre
(angélica bito)
* A amiga jornalista Angélica Bito - de quem aprecio muito o trabalho - escreve para o site CineClick (um endereço bacana que traz críticas e informações sobre o universo cinematográfico)
Um comentário:
eu vou ver! adorei o estranho mundo de jack! adoro animações!
bjus prá ti!
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