sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Cinema: Um Hotel Bom pra Cachorro

As férias podem ter acabado, mas quem disse que fora deste período tão mágico a criançada não pode ir ao cinema? Apostando nisso, Um Hotel Bom pra Cachorro chega aos cinemas de olho nos espectadores mais novos, incapazes de manter-se frios frente ao desfile de cachorros simpáticos, emocionantes dilemas e aventuras nas quais os protagonistas do longa têm de enfrentar para salvar cães abandonados e o próprio núcleo familiar que tentam manter.

Estreia do premiado curta-metragista Thor Freudenthal na direção de um longa, Um Hotel Bom pra Cachorro acompanha os irmãos Andi (Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts) e Bruce (Jake T. Austin), de 16 e 11 anos, respectivamente. Órfãos depois da morte dos pais, não conseguem achar tutores capazes de criá-los, apesar dos esforços do assistente social Bernie (Don Cheadle). Há dois meses morando na casa dos roqueiros Carl (Kevin Dillon) e Lois (Lisa Kudrow), os irmãos ainda estão bastante infelizes, não somente porque seus novos tutores ficam ensaiando suas músicas ruins e não são muito legais com a dupla, mas principalmente porque têm de cuidar escondidos do simpático cão Sexta-Feira, com quem viviam quando os pais eram vivos.

Quando o esperto cãozinho dos irmãos encontra um hotel abandonado onde vivem outros dois cachorros abandonados, começa uma verdadeira aventura dos irmãos, que recebem a ajuda de Dave (Johnny Simmons), Heather (Kyla Pratt), funcionários de um pet shop, e o vizinho Mark (Troy Gentile) para salvarem os cães abandonados da cidade dos implacáveis agentes do canil municipal. Juntas, as crianças, criam criativos apetrechos para darem conta do cuidado de dezenas de cachorros.

Um Hotel Bom pra Cachorro tem personagens desenvolvidos de forma simples. Os vilões são bem definidos, bem como os personagens bonzinhos, o que chega a irritar, em alguns momentos, por conta dessa visão simplista que a produção apresenta. É preciso ser assim para que o público infantil compreenda? De forma alguma e é esse o maior erro da aventura. Ela tem cara de filme infantil dos anos 90 e pode ser que, por isso, não encontre tão facilmente o público ao qual é destinado, mas ainda é capaz de dialogar com os mais jovens.

Os animais são muito bem adestrados e (ainda bem!) nenhum deles fala. Os protagonistas têm carisma suficiente para conquistar a simpatia do espectador. A causa que defendem, então, nem se fale, embora saibamos que nos canis municipais de verdade os cães disponíveis para adoção não são de raça como os do filme. Mas é mero detalhe estético.

De qualquer forma, a ideia que Hotel Bom pra Cachorro defende, relacionada aos benefícios de se adotar um cão – bem como o paralelo que faz com a dificuldade de se obter uma família, sendo cachorro ou criança, como o caso dos protagonistas -, cai bem, especialmente se a idéia é educar os pequenos espectadores. Embora tenha um final surreal, quase fantasioso, o longa é divertido e simpático o suficiente para conquistar os pequenos espectadores. No entanto, não espere muito mais do que isso.

Exibição: dia 20, sexta, nos cinemas de todo o Brasil

Classificação: livre

(angélica bito)

* A amiga jornalista Angélica Bito - de quem aprecio muito o trabalho - escreve para o site CineClick (um endereço bacana que traz críticas e informações sobre o universo cinematográfico)

Nenhum comentário: