Não se trata de um livro fácil; tem uma melancolia que, aos poucos, nos faz entender que toda boa tristeza é na verdade o princípio da compreensão da beleza. O pai do menino, às vezes, lhe dizia que "o boi vale como ouro". E o menino ficava todo arrepiado com aquilo, vislumbrando o futuro do boi no açougue. Ao ler o livro de Cyro acompanhado pela não menos lírica ilustração de Maria Lúcia de Campos Brandão, aproximei-me do meu menino interior e desejei profundamente ser amigo daquele boi, acariciá-lo, protegê-lo.
Depois desejei cuidar do menino. E, por fim, quis ser o próprio boi. E o que melhor podem as palavras senão servir como machados a romper o que nos impede de mergulhar dentro de nós mesmos? É isso o que me fez a leitura da história do menino e o seu boi.
(marcelo maluf*)
* o colega blogueiro marcelo maluf, do labirintos no sótão, é escritor, músico e arte-educador. Mestre em artes pelo instituto de artes da unesp e autor dos livros infanto-juvenis meu pai sabe voar (FTD), em parceria com daniela pinotti maluf e com lançamento previsto para 2009, e jorge do pântano que fica logo ali (FTD, 2008), além do e-book construção (mojo books).
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