Na tela grande >> Após 19 longos anos de espera, a família de pele amarela mais querida da TV finalmente alcançou as telas de cinema em 2007. Em Os Simpsons - O Filme, Homer provoca um grande desastre ecológico em Springfield ao jogar no lago um silo com fezes de porco. Seu ato deixa Marge bem chateada e os vizinhos sedentos por vigança. Afinal, a cidade é colocada em uma espécie de quarentena e envolta em uma gigantesca bolha. Para escapar da morte certa, a família Simpsons consegue encontrar um meio de escapar da "prisão" e sai em busca de qualquer coisa que possa salvar seu lar. Enquanto isso, a calamidade chama a atenção do presidente dos EUA, Arnold Schwarzenegger, e do chefe da Agência de Proteção Ambiental, Russ Cargill, que decidem colocar em prática um plano diabólico para resolver definitivamente a questão ambiental em Springfield.
O início >> Criada pelo cartunista Matt Groening, a animação Os Simpsons apareceu pela primeira vez na TV como uma série de 48 curtas no programa The Tracey Ullmam Show, entre 1987 e 1989. A atração tinha meia hora de duração e as vinhetas de 30 segundos entravam no ar entre as trocas de cenas e quadros. Estava na cara amarela, nos olhos esbugalhados e nas mãos de quatro dedos que a série era diferente de todas as outras que retratavam o cotidiano de uma família engraçadinha, como Os Flintstones e Os Jetsons. Na aventura de estréia, Boa Noite, os pais Homer e Marge desejam bons sonhos para seus pimpolhos, Lisa e Bart. O que seria uma ação corriqueira gera várias confusões, com o menino querendo saber por que existem pessoas más e a garota com medo de ser mordida por insetos. O sucesso foi imediato e logo o clã partiu para uma carreira-solo, estreando um especial de fim de ano com duração de 30 minutos, O Prêmio de Natal, em dezembro de 1989. Desde então, os Simpsons não saíram mais de cena. Hoje, o programa é o desenho de maior longevidade na história da TV, sendo visto em mais de 100 países. Tem, ao todo, 18 temporadas e mais de 400 episódios.
O que é >> Satírico ao extremo, Os Simpsons critica a sociedade norte-americana, tendo como alvo principal a classe média. A série é focada nas aventuras de uma típica família suburbana do meio-oeste dos EUA, que mora em uma cidade fictícia chamada Springfield. O casal, Homer e Marge, tem três filhos: Bart, Lisa e Maggie. Completam a família o cachorro Ajudante de Papai Noel e o gato Bola de Neve II — houve um Bola de Neve I, que já morreu. A animação conta ainda com um grande número de coadjuvantes, desde parentes da família, personagens menores permanentes ou eventuais e até celebridades, que visitam a cidade com certa freqüência. Já passaram por lá atores, políticos, esportistas, cantores e bandas.
Springfield >> Ninguém sabe em que Estado americano fica Springfield (existem 121 condados com este nome nos EUA). Sabe-se, porém, que a fictícia cidade foi fundada em 1796, por Jebediah Springfield. Ela possui uma usina nuclear, uma igreja protestante, duas escolas primárias, uma universidade, museus, um pequeno estádio de beisebol, um aeroporto, um porto, um cassino, um cemitério, um bairro de periferia, restaurantes, o famoso bar do Moe e a pista de boliche de Barney Gumble. A cidade mais próxima é Shelbyville, fundada por Shelbyville Manhattan, e é a grande rival de Springfield. Conta-se que Manhattan fundou sua própria cidade porque queria um lugar onde os homens podiam casar com suas primas, mas Springfield rejeitou tal idéia.
Episódios >> No começo, o traço de Os Simpsons era tosco e com acabamento precário. Cada vinheta demorava quatro semanas para ficar pronta. Hoje, os personagens têm um visual mais sofisticado e moderno, sendo preciso produzir 24 mil desenhos e gastar até oito meses de trabalho, a um custo de US$ 1 milhão. São dezesseis roteiristas, dois comediantes, redatores de piadas e de publicidade e até um ex-bioquímico (afinal, Homer trabalha em uma usina nuclear). Com o roteiro concluído, o material é enviado para a Coréia, onde é feita a animação. Depois, tudo retorna aos EUA, hora de incluir os efeitos sonoros, vozes e músicas (a série conta com uma orquestra de 35 instrumentos e um compositor próprio).
Família popstar >> A febre em torno dos habitantes de Springfield rendeu capítulos inusitados também fora da tela. Os Simpsons se tornaram ícones da cultura pop, inspirando diversas séries animadas, como American Dad e Uma Família da Pesada. Em 2001, o grunhido de Homer, "D’oh", virou verbete do dicionário The Oxford English e Bart foi eleito pela revista Time como uma das 20 pessoas mais influentes da década passada. Uma infinidade de produtos com a marca Simpsons começou a tomar conta das prateleiras das lojas: jogos de tabuleiro, bonecos, gibis, games, guloseimas, peças de vestuário, papelaria, livros que discutem conceitos filosóficos a partir da conduta das personagens e quatro álbuns com as canções que embalam as histórias — apenas o primeiro deles, Sing the Blues, foi lançado no Brasil. As nove primeiras temporadas e alguns episódios especiais podem ser encontrados em DVDs.
Referências >> O que diferencia a série de outras no gênero, além do humor e das boas doses de polêmica e crítica, são as inúmeras referências a filmes, séries de TV, livros e até pinturas famosas. Essas alusões à cultura pop são inseridas no seriado com os mais diversos propósitos, desde homenagear, parodiar ou até mesmo caçoar os grandes sucessos. Vários clássicos e sucessos do cinema tiveram espaço reservado na série, como A Guerra dos Mundos, O Código Da Vinci e O Silêncio dos Inocentes. Séries de TV também não escapam do humor de Os Simpsons. Arquivo X, Jornada nas Estrelas, 24 Horas, entre outros, já ganharam uma paródia no seriado. Os quadrinhos também têm sua vez. Homer já ficou verde de raiva, como o Incrível Hulk, e Bart freqüentemente usa a fantasia de Bartman (uma referência ao homem-morcego).
Dia das Bruxas >> Os episódios de Halloween viraram marca registrada. Batizado de Treehouse of Horror, o especial foi exibido pela primeira vez nos EUA em 25 de outubro de 1990, durante a segunda temporada, e era dividido em três minicapítulos. O episódio agradou aos fãs e, desde então, tem espaço garantido em todas as temporadas. Eles podem trazer histórias originais ou paródias a filmes de terror ou suspense, como o capítulo B.I. Bartificial Intelligence, da 18ª temporada, em que Bart fica em coma e Homer e Marge decidem substituí-lo por um garoto-robô.
O filme >> Este ano a família amalucada chega à maioridade na TV com a 18ª temporada e comemora a marca de 400 episódios. Os Simpsons também completam 20 anos e festejam a data com a esperada versão cinematográfica. A equipe por trás da série havia pensado nisso há uma década. O episódio Kramp Krusty, inclusive, estava planejado para ser um filme, porém houve problemas para estender a história para o tempo de duração normal de um longa, e o capítulo acabou virando uma season premiere. Só em 2004 o projeto começou a ganhar forma. E melhor, a verve debochada de Homer e companhia está pra lá de afiada, abrindo espaço para doses maiores de humor negro e piadas mais adultas.
Confira abaixo (ou clique aqui) uma entrevista com o criador de Os Simpons, Matt Groening, feita por Alexandre Maron para a revista Monet e que foi publicada nesta mesma matéria.
Exibição: dia 30, 22h, Telecine Premium; dia 31, 20h, Telecine Pipoca (versão dublada)
Indicação: a partir dos 13 anos
(shirley paradizo)
*Texto de Shirley Paradizo, publicado originalmente na revista Monet, em agosto de 2007, edição 53
Nenhum comentário:
Postar um comentário