Neste vaivém, ele ouve conversas e explora o cotidiano dos moradores — apontando suas qualidades e imperfeições — com curiosidade, deslumbre e audácia. Às vezes, até arrisca uma enfiar uma pata pela torneira ou observar as pessoas enquanto dormem. Em dias de calor, o Urso se banha na caixa-d'água, e à noite, delicia-se com a visão da lua no céu.
Repleto de poesia, o conto foi escrito originalmente em 1952 e dedicado aos filhos do pintor e poeta Eduardo Jonquières, amigo de Cortázar. Apenas 10 anos depois, a fábula integraria o famoso volume de contos Histórias de Cronópios e Famas. Emilio Urberuaga, artista plástico espanhol e ilustrador de livros infantis e juvenis desde a década de 1980, foi o responsável por dar vida ao fantástico texto do escritor argentino, em belas e coloridas imagens que conferem à história uma atmosfera mágica e ingênua. Fantástico e sensível, Discurso do Urso vem sendo indicado para crianças de 9 a 12, mas, como o Uberuaga mesmo descreve, é um “texto aberto, que supera as distinções entre jovens leitores e adultos".
(shirley paradizo)
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