E mais um ano chegou ao fim e, com ele, começam a pipocar as infindáveis listas disso e daquilo. Não sei vocês, mas eu adoro listas! Por isso, a exemplo do ano passado, resolvi também fazer os meus tops do ano. Claro que nem todos vão concordar com os filmes que listei aqui - assim como, muitas vezes, não concordo com os preferidos dos outros! Espero que gostem...
Gato de Botas - Desde que o bichano apareceu no segundo filme de Shrek, ele me cativou com seu olhar de coitadinho, sua bravura e sua lealdade. E não fui a única a se render aos encantos do implacável caçador de ogro. O felino pegou de jeito o público e seu dublador original, o ator Antonio Banderas. O astro de A Pele que Habito amou tanto o personagem que convenceu o diretor Chris Miller a lhe dar um filme solo. O Gato, então, ganhou um longa só dele, onde tem toda a sua vida revelada - desde que era um pequeno gatinho órfão até se tornar um grande herói. O filme tem ação, aventura, humor, lições de amizade e uma sequência musical memorável e fofa demais - num duelo com a ladra Kitty Pata-Mansa, o Gato mostra que também tem talento para a dança! Roteiro redondo, personagens carismáticos, visual impecável e, acredite, um 3D não-desperdiçado! Para mim, a melhor animação do ano.
As Aventuras de Tintim - Steven Spielberg e Peter Jackson uniram suas forças para conceber esta fantástica animação inspirada no personagem criado pelo desenhista belga Hergé, em 1929. Tem sabor de infância e adolescência, dos tempos em que nos atrasávamos para sentar à mesa no jantar só para conferir a série animada na televisão. Feito em CGI, o filme é basicamente um começo de tudo, quando o destemido repórter Tintim e seu inseperável cão Milu conhecem o Capitão Haddock. Tudo tem a ver com um navio antigo que descansa no fundo do mar, uma herança e um mapa do tesouro. Aventura, ação e correria não faltam aqui. Se meu coração não batesse tão forte pelo Gato de Botas, Tintim estaria no topo da minha lista.
Operação Presente - Todo os anos um filme de Natal chega às telonas para homenagear a data. Normalmente, ele vem em forma de comédia romântica. Mas a bola da vez ficou com esta adorável e divertida animação que nos transporta para o mundo do Papai Noel, lá no Pólo Norte. A fábrica do Bom Velhinho se rendeu à tecnologia e a magia natalina começou a perder espaço - assim como na vida real, em que tudo virou apenas comércio! Um único garoto luta para provar que ela ainda existe. O animado é assinado pelo estúdio Aardman (de A Fuga das Galinhas e Wallace & Gromit), que prova mais uma vez que sabe muito bem como contar uma boa e emocionante história capaz de agradar a todas as idades.
Um Gato em Paris - Um gato que mantém uma vida dupla, dividindo-se entre os carinhos de sua dona e a malandragem nas ruas da Cidade da Luz é o protagonista desta singela, simples e meiga animação. Mistério, perigos, crianças e gatos - bonzinhos e malvados -, recheiam o desenho dos diretores Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol. Indo na contramão dos filmes que atualmente investem em alta teconologia, Um Gato em Paris foi concebido em 2D. Tem um visual belissímo e interessante, com muita cor e leveza. É uma agradável surpresa para os fãs de animações mais crescidinhos e que, com certeza, vai tocar a fundo os apaixonados pelos felinos.
Rango - Ok, não é um filme fácil de digerir: tem muito barulho, referências e conflitos psicológicos - um camelão que sempre viveu num aquário se perde no deserto, tem crises de identidade e, sem querer, vira o herói da vez. Com direção de Gore Verbinski (o mesmo de Piratas do Caribe), é uma sátira que homenageia os grandes clássicos do faroeste e seus ícones, como Clint Eastwood, Sergio Leone e John Ford. Traz ainda alusões a outros filmes e gêneros, conseguindo reunir numa única cena Star Wars e Apocalypse Now. Sim, é uma animação divertidíssma que encanta pela estranheza, com premissa inteligente e boas viradas de roteiro. Sem falar na impecável trilha sonora assinada por Hans Zimmer, com direito a mariachis, citações a Ennio Morricone e até uma Valquírias, de Richard Wagner, tocada no banjo. Vale e muito!
O Mágico - Um mágico decadente com um coelho rebelde que insiste em não fazer o número do "coelho na cartola" ganha a vida com shows em bares sujos repletos de bêbados. Dirigido por Sylvain Chomet (o mesmo da bela animação As Bicicletas de Belleville, de 2003), tem roteiro original de Jacques Tati - eternizado nos cinemas pelo personaggem Senhor Hulot, presente em quatro dos seus seis filmes. Jogado num cenário colorido e ao mesmo tempo triste, melancólico e nada acolhedor, o mágico do título segue seu caminho tentando lidar com as adversidades. Há pouquíssimos diálogos no filme e eles nem são necessários para se entender o que está acontecendo. Sim, aqui a magia existe e me cativou! Uma belíssima animação.
Enrolados - O 50º longa-metragem da Disney é puro entretenimento e tem uma princesa bem diferente, do tipo que sabe muito bem se defender. Em poucos minutos de filme, Rapunzel imobiliza o "príncipe", no caso um ladrão malandro chamado Flynn Rider, munida apenas de uma frigideira. E ainda, com seu charme, convence o moço a ajudá-la a escapar da torre onde viveu quase toda a sua vida. Destaque para encantadora cena das lanternas, com os protagonistas passeando de barco. Com muita correira, ação e, claro, romance, o filme chega ao final rapidamente e nos deixando um sorriso no rosto. Se os Irmãos Grimm estivessem vivos, com certeza teriam amado essa versão moderna de seu conto.
Kung Fu Panda 2 - Po, o panda, continua engraçado e atrapalhado. Mas agora ele tem nova responsabilidade: é o lider dos Cinco Furiosos. Apesar de muito bem cuidado tecnicamente, o filme peca no roteiro. Por outro lado, a direção compensa, empunhando um ritmo alucinante à trama que transforma a animação num passatempo bem prazeroso. E ainda há o carisma do protagonista. A DreamWorks Animation fez de Po um personagem irresistível, mas ainda não conseguiu derrubar o reinado Shrek e, principalmente, de Como Treinar seu Dragão (meu melhor animado de 2010).
Gnomeu e Julieta - A eterna rivalidade entre os Capuleto e os Montecchios ganha uma nova roupagem nesta centésima adaptação da peça shakesperiana. E nada de tragédia aqui, tudo se desenvolve de forma para lá de divertida e diferente. Os protagonistas são duas turmas de gnomos - uma vermelha e outra, azul - que vivem em jardins vizinhos na Rua Verona, um lugar num bairro qualquer de Londres. O tom cômico é acentuado com referências diversas, como a cena em que um gnomo azul se prepara como Sylvester Stallone, em Rambo, ou na hilária sequência da corrida de cortadores de grama numa alusão às corridas de bigas de Ben-Hur. Ah, e sim, há uma historia de amor e ela é inesquecível!
Rio - A animação entra na lista por ter um brasileiro no comando. E isso por si só é motivo de muuiito orgulho! O diretor em questão é Carlos Saldanha (de A Era do Gelo 3). O protagonista é Blu, uma arara-azul que vive nos Estados Unidos e cai na Cidade Maravilhosa por acaso, onde acaba nas mãos de contrabandistas de animais. Preso e acorrentado, Blu conhece Jade e outros amigos tupiniquins. Juntos encaram uma grande aventura para escapar das garras dos bandidos. No caminho, um mundo de cor e cartões postais do Rio de Janeiro lindamente retratados vão se abrindo, do Cristo Redentor à Copacabana. Apesar do humor, da beleza e de ser tecnicamente perfeito, a animação me incomoda um pouco ao reforçar os estereótipos que os estrangeiros têm de nós. Favelas, probeza, bandidagem, malandragem... E, no final, tudo acaba em samba!
domingo, 1 de janeiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário