Ele aparece semanalmente em todo o Brasil na pele de Tuco, o amado filho da personagem Nenê, no seriado A Grande Família, da Globo. O ator Lúcio Mauro Filho ganha agora outro destaque bem diferente: é dele a voz de Po, o personagem principal de Kung Fu Panda, sucesso incontestável nas bilheterias mundiais.
O universo infantil não é novidade para ele, claro, mas não somente pela condição de pai de Antonio Bento, 4 anos, e Luiza, 3 anos: Lúcio já trabalhou em peças infantis e foi até recreador e agora invade de novo o mundo das crianças só que pela primeira vez como dublador. Além da novidade, ele viveu outra situação de pura adrenalina: conheceu e protagonizou cenas engraçadas com o ator Jack Black (o dono da voz original do panda), além de ter conhecido Angelina Jolie e Dustin Hoffman. A animação mostra a China antiga. Po, um panda preguiçoso e sonhador, é o único capaz de salvar o Vale da Paz do vilão Tai Lung.
Como foi esta primeira experiência como dublador?
Foi uma novidade. É tudo muito técnico. As pessoas vêem o resultado final e não imaginam o trabalho que dá para colocar a voz no personagem, principalmente ali no (urso) panda, que é um protagonista, que luta, que se mete em confusões o filme inteiro. Foi um trabalho árduo. A gente fez a dublagem toda em quatro dias e, em outros dois, ajustes e adaptações de texto.
Como foi esse encontro com os atores em Cannes?
Nossa. Parecia a Disneylandia (risos)! Fiquei muito bobo, muito honrado. Foi um convite de certa forma inesperado. Não existe essa tradição de levar dubladores regionais para o lançamento mundial, quiçá fazer uma entrevista com os caras: Angelina Jolie, Dustin Hoffman, Jack. Parecia um sonho. Falei: "me belisca" (risos). Aquela turma maravilhosa, todos foram muito simpáticos, queridos.
Você contou para os seus filhos o que o projeto ia ser?
Eu tinha uma pasta com um panda enorme na capa. Claro, a primeira vez que eu cheguei em casa o Bento perguntou: "pai, o que é isso? Aí, eu fui explicar para ele que eu estava fazendo a voz do panda. Aí, no site, ficava mostrando para ele, dublando por cima do panda. Eles entenderam totalmente, vão para a escola e tiram a maior onda, que "o pai é o panda".
Como é o ritmo cultural da sua casa?
É intenso. Eles gostam de ir ao teatro e ao cinema por influência dos pais. Vão todo fim de semana, ficam comportados, gostam de assistir, fazem comentários baixinhos. São crianças acostumadas. Eles são apaixonadas por museus. Principalmente os de história natural, que têm dinossauros. São muito ligados nessa coisa de arqueólogos, de tesouro. E também são ligados em livros. Tem uma biblioteca só deles aqui em casa. Toda vez que chega algum amigo, ou a vovó deles, eles vão na biblioteca, escolhem um livro e lêem para a gente. Depois, escolhem um para a gente ler para eles. São muito ligados com cultura. Até mesmo na televisão. Mas eles também não ficam batendo só numa tecla. Gostam de variar.
O que você diria aos outros pais sobre a importância de passear por tudo isso e não ter só uma opção?
Meus filhos estão na idade da formação cultural, da formação da relação social, da maneira como eles vão se comunicar com o mundo. Acho que nessa fase é muito importante você dar oportunidade para a criança experimentar o maior número possível de sensações e de eventos culturais. É a fase que eles não tem "nada na cabeça" a não ser a vontade de descobrir, a vontade de conhecer, a vontade de aprender. É uma fase que passa muito rápido. Tudo isso que eles estão visitando, que eles estão conhecendo, vai ajudar muito, inclusive a desenvolver o raciocínio, a atenção nos assuntos. O barato de você poder oferecer a maior quantidade possível de informação nessa fase é que quando chegar para eles a próxima fase, de "aprender" (na escola), eles já vão ter dentro deles esse mecanismo, da atenção, da curiosidade.
Leia a crítica do animado Kung Fu Panda aqui.
* Texto de Thais Lazzeri, publicado originalmento no site da revista CRESCER
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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