segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Literatura: Crepúsculo e Lua Nova

Às vezes, eu me decido por comprar um livro mais pela impressão de sua apresentação do que pelo conteúdo em si. Concordo que escolher uma obra dessa forma pode causar grande decepção logo nas primeiras linhas de leitura. Ou revelar uma enorme surpresa. Esse foi o caso do primeiro livro da série Crepúsculo (R$ 39,90, Intrínseca) - que ganhou recentemente uma adaptação para o cinema.

Ele me pegou pela capa: duas mãos pálidas segruando uma maçã tão vermelha e suculenta que faria até mesmo madrasta da Branca de Neve morrer de inveja. Ao ler a orelha, em casa, descobri que a trama gira em torno do amor impossível entre uma bela jovem e um vampiro, o que não deixa de fazer os leitores mais críticos torcerem um pouco o nariz - afinal, o tema já foi tratado milhares de vezes tanto na TV, no cinema como na literatura.

Isabella Swan é uma garota de 17 anos que vai morar com pai na cidadezinha de Forks, o último lugar onde gostaria de viver. Bella, como prefere ser chamada, tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem e tem como único desejo não ser notada, por ninguém e em lugar nenhum, principalmente na nova escola. Claro que isso não acontece e loga ela começa a chamar a atenção e a fazer amigos. O destino lhe enviar o charmoso Edward Cullen.

Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella ― o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo “amor proibido”, alerta: "Sou um risco para você." Bella é uma garota incomum, cheia de vida e energia. E ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr. Aos poucos, a relação dos dois se complia e nós, pobre leitores, não conseguimos mais deixar o livro de lado.

Devo confessar que Crepúsculo foi uma das minhas melhores escolhas às escuras. De autoria de Stephenie Meyer, o livro é daqueles que lhe tira o sono, que você lê e lê e só consegue parar ao final, quando o dia já está amanhecendo! Nada mal para uma estréia.

Formada em literatura, a única ocupação da autora era cuidar dos três filhos e do marido, mas, após um sonho em junho de 2003, sua vida nunca mais foi a mesma. Ela se tornou uma autora de sucesso da noite para o dia, porque escreveu por diversão, simplesmente para registrar o que viu dormindo.

Logo sua primeira obra virou febre nos Estados Unidos, desbancando, acredite, Harry Potter e as Relíquias da Morte do topo da lista de best sellers do New York Times. Todo esse sucesso colocou Stephenie Meyer como uma das cem pessoas mais influentes de 2008, segundo a Time Magazine.

Bem, apesar de tudo, o fato é que livro é bem simples e quase amador. É possível notar a falta de experiência com elementos de literatura e com narrativa a cada página. Talvez a magia esteja em sua ingenuidade. Lua Nova (R$ 31,90, Intrínseca), que dá conituindade à saga desse amor impossível, mas verdadeiro, está maduro.

Meyer consegue controlar melhor a trama e os personagens, fazendo o segundo livro da série mais bem escrito e também mais angustiante. Agora, Bella tem de lidar não só com seu amor vampiresco com um amigo, mas também um misterioso grupo de jovens que caça vampiros. Um deles é um bom amigo da menina, o que a deixa confusa e irriquieta.

O terceiro e o quarto livro da saga, Eclipse e Breaking Dawn (ainda sem tradução) têm lançamento previsto em português só para 2009.

(shirley paradizo)

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