segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Você acredita em fadas?

Mais uma vez passeando de site em site encontrei esse texto bem bacana feito pela amiga Cristiane Rogerio, da revista Crescer sobre Thinker Bell. Uma boa ocasião para fazermos uma homenagem à nossa querida fadinha, que recentemente ganhou uma estátua de cera no museu Madame Tussauds, de Londres (leia aqui).

Não era exatamente uma luz, mas alguma coisa que faiscava com incrível rapidez, deixando atrás de si rastros luminosos. Quando ela parava por um segundo, podia-se ver que se tratava de uma fada e que não era maior do que a mão de uma criança, pois ainda estava em fase de crescimento. Ela se chamava Sininho e estava vestida com uma folha minúscula, de corte reto, que lhe caía muitíssimo bem. Sininho tinha uma ligeira tendência a engordar. Assim o escocês James M. Barrie apresentou ao mundo Sininho, a melhor amiga do menino que não queria crescer, em 1911, no livro Peter Pan e Wendy.

De lá para cá, ela se transformou um bocado. Nos palcos (a história nasceu como peça de teatro), Sininho era somente uma luz que voava e distribuía seu pó mágico de fada. Na primeira versão de Walt Disney, lançada 40 anos depois, a fada ganhou forma, mas é somente agora que o público poderá ouvir sua voz, em uma série de quatro animações, disponíveis em DVDs. O nome “Sininho” fica agora restrito ao livro. A Disney só vai se referir a ela por Tinker Bell, inclusive no Brasil.

A primeira aventura exclusiva
Tinker Bell – Uma Aventura no Mundo das Fadas vai fascinar os pequenos. Mostra o nascimento da criatura inventada por Barrie e as suas aventuras no Refúgio das Fadas, o lugar destes mágicos seres na Terra do Nunca. Em seus primeiros minutos de vida, Tinker descobre-se uma fada-artesã (tinker significa algo como “consertadora de objetos”), mas, de início, não fica lá muito feliz com sua habilidade. Ela suspira mesmo é pelos talentos de suas amigas Rosetta (a do jardim), Silvermist (a da água), Fawn (a dos animais) e Iridessa (a da luz), as fadas da natureza que vão ao continente para mudar as estações do ano. Até, claro, que uma sucessão de trapalhadas e acontecimentos faz a fada refletir sobre si mesma e descobrir a importância de seu talento.

Por que acreditamos em fadas?
As fadas aparecem em diferentes culturas e regiões do mundo, mas pesquisas apontam que a origem da crença ocorreu com os celtas, povo que migrou para a Europa Central, em 2000 a.C. “Tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de grande beleza, que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, interferem na vida dos homens, para auxiliá-los em situações-limite, quando já nenhuma solução natural seria possível”, diz Nelly Novaes Coelho no livro O Conto de Fadas – Símbolos, Mitos, Arquétipos (Ed. Paulinas).

Para Melinda Johnson, autora de Tinker Bell – An Evolution (que acaba de ser lançado nos Estados Unidos e sem previsão para o Brasil) e uma das consultoras da Disney sobre o assunto, esses contos e histórias sobrevivem em grande parte por causa das crianças. “Elas têm uma tremenda capacidade para a fé nas pessoas e nas coisas que não podem ser vistas.” A fada representaria essa esperança.

Cultivar a imaginação é uma parte importante da infância: está relacionada à capacidade de a criança construir ferramentas fundamentais rumo à fase adulta. “São ferramentas como a habilidade para ver o mundo sob diferentes perspectivas, desenvolver um senso de atitudes alegres, introduzir o conceito de fé e, por último, criar um método de explicar o inexplicável”, diz Melinda. Confira essa conversa exlcusiva que a autora teve com Crescer.

O que você sabe sobre a origem de Tinker Bell e como Walt Disney a conheceu?
Tinker Bell é uma fada especial que nasceu da imaginação de James M. Barrie, autor de Peter Pan. De acordo com ele, “quando um bebê ri pela primeira vez, uma nova fada nasce e como há sempre novos bebês, sempre haverá novas fadas”. O filme explora a chegada de Tinker no Refúgio das Fadas e como ela descobre seu talento único. Quando Walt Disney era muito novo, ele viu uma produção da famosa peça de Barrie e foi imediatamente cativado pelas aventuras de Peter Pan e o raio de luz dançante, que era Tinker Bell. Pouco tempo depois do lançamento do filme, em 1953, Walt Disney estava abrindo uma filial na televisão e procurava um personagem que apresentasse um programa semanal sobre a Disney. Tinker Bell era perfeita para levar o mundo mágico de aventura Disney aos lares, todas as semanas. Alguns atribuem isso ao seu jeito briguento e suas maneiras divertidas de demonstrar amor, enquanto outros apenas se apaixonam pelos seus olhos arregalados e seu jeito travesso. Pessoalmente, acho que é tudo que ela expressa: fantasia e magia, aventura e pó de fada!

Você acompanhou as mudanças que foram feitas para o novo filme. Como aconteceu esta pesquisa?
Os produtores fizeram uma profunda pesquisa no trabalho de Barrie, como também no de Walt Disney, com atenção especial ao material de Marc Davis, que desenhou Tinker como a conhecemos. Brad Raymond (o diretor do filme) e seu time lapidaram e definiram o extraordinário mundo do Refúgio das Fadas, onde Tinker vive, com o cuidado de mostrar um mundo sob a perspectiva das fadas (os produtores passaram um período observando tudo “de baixo”, imaginando-se uma pequena fada em um mundo grande).

O que significa Tinker Bell ter agora uma voz e um filme só para ela?
Ela sempre falou, mas nunca fomos capazes de entendê-la – Peter Pan podia ouvi-la e ele muitas vezes traduzia a quem não conseguia entender. A maior diferença é que agora, pela primeira vez, o público é capaz de entender seu mundo mágico e o reino das fadas.

Do que você mais gosta em Tinker Bell?
Acho que é o fato de ela expressar uma maravilhosa mistura de magia e alegria para tantas pessoas no mundo todo.

E você, Melinda, acredita em fadas?
Eu acredito!

* Texto e entrevista feitos por Cristiane Rogerio, publicado originalmente no site da revista Crescer

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