quinta-feira, 6 de novembro de 2008

In Memoriam: Michael Crichton

Michael Crichton, autor de Parque dos Dinossauros e criador de Plantão Médico (ER), morreu nesta terça, dia 5, vítima de câncer. O autor, roteirista e produtor tinha 66 anos. Crichton era um nome conhecido na lista de best-sellers com livros envolvendo tecnologia e uso da ciência, como O Homem Terminal. Em 1994, ele se tornou o único artista alcançar o topo das listas de livros mais vendido, filme de melhor bilheteria e série de TV de maior audiência simultaneamente. Foi ainda o escritor mais bem-sucedido do mundo antes de J.K. Rowling surgir com Harry Potter.

Médico por formação, Crichton já havia publicado uma dúzia de livros antes de encerrar o curso de medicina. Seus ganhos eram estimados em mais de 20 milhões de dólares anuais pela revista Forbes.

Nascido em Chicago em 1942, John Michael Crichton era filho de um jornalista e publicou seu primeiro texto no The New York Times, aos 14 anos. Em 1960, ele entrou em Harvard com o objetivo de se tornar escritor, mas mudou para antropologia quando seu estilo foi criticado por um professor. Após completar os estudos em antropologia e passar um ano como conferencista em Cambridge, voltou aos Estados Unidos para estudar medicina em Harvard e escrever oito livros sob o pseudônimo de John Lange em apenas seis anos.

O autor também usou o pseudônimo de Jeffery Hudson e chegou a trabalhar como médico por um ano no Salk Institute antes de se dedicar à carreira de escritor em tempo integral e publicar O Enigma de Andrômeda. Seu regime de trabalho exigia o isolamento por seis ou sete semanas, durante as quais ele criava o rascunho de um livro, trabalhando das duas da manhã às dez da noite. O escritor casou-se cinco vezes, uma delas com Anne-Marie Martin, com quem escreveu o roteiro de Twister.

Em 2004, ele entrou em choque com os ambientalistas por mostrar ceticismo diante da questão do aquecimento global. Longe de fugir da controvérsia, Crichton mergulhava em suas brigas. Quando foi acusado pelo jornalista Michael Crowley de ter se tornado um dos experts que desprezava em seus livros, Crichton criou um personagem chamado Mick Crowley em um de seus livros e fez dele um colunista pedófilo acusado de estuprar o próprio sobrinho.

Profundamente envolvido com Hollywood, Crichton apresentava o roteiro para cada livro que terminava e simplesmente abandonava o projeto quando os diretores pediam alterações em seus personagens. Como diretor, Crichton estreou em 1973 com Westworld, estrelado por Yul Brynner.
Um novo livro de Crichton estava previsto para ser lançado em dezembro. A editora HarperCollins, no entanto, informou que o lançamento havia sido adiado indefinidamente devido à doença do autor.

* Texto publicado originalmente no site Omelete

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