sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cinema: Heróis

A primeira coisa que penso ao ver Heróis é que o diretor, Paul McGuigan (de Xeque-Mate), é estiloso, mas certamente foi influenciado por filmes de ação orientais, como o japonês Ichi - O Assassino ou Conflitos Internos, filmado em Hong Kong, em 2002. Não à toa, a maior parte de ação desta aventura juvenil se passa exatamente em Hong Kong e, por isso, empresta essa estética colorida, em ambientações bagunçadas, ao novo trabalho de McGuigan.

A história tem um quê de X-Men, mas tem mais a cara da série Heroes. Tudo gira em torno de Nick Grant (Chris Evans), jovem dotado de poderes de telecinese que, na infância, fora separado do pai, assassinado por um grupo de agentes do governo norte-americano. Aproximadamente 15 anos depois, ele vive escondido em Hong Kong, até que é encontrado por Cassie (Dakota Fanning), uma menina capaz de prever o futuro.

Ambos são filhos de pessoas com fortes poderes que chegaram a trabalhar à agência secreta que atualmente os persegue, interessadas no paradeiro de Kira (Camilla Belle), considerada peça-chave nas pesquisas para o aprimoramento das pessoas com poderes especiais - que, mais tarde, serão utilizadas para interesses nada louváveis. Cassie e Nick se unem também a fim de evitar a previsão da menina: a de que acabarão mortos. Enquanto isso, eles também fogem de uma gangue de jovens com superpoderes que também querem colocar as mãos na fórmula desenvolvida pelo governo norte-americano.

O que temos a partir desta premissa é uma série de cenas de perseguição envolvendo jovens dotados de superpoderes, seja da telecinese, da premonição ou mesmo a capacidade de explodir coisas com um grito. Nada de novo, no caso. Interessante são os ângulos que McGuigan escolhe para seus enquadramentos: a fim de retratar fielmente a bagunça nas ruas de Hong Kong, o diretor resolveu captar a imagens por meio de câmeras escondias em vans e pequenos buracos, enquanto os atores atuavam nas próprias ruas.

O resultado estético é interessante, também quando observamos a forma como a fotografia valoriza os ambientes comuns das ruas de Hong Kong. Mas a trama é fraca, batida e as atuações não chegam a ser um verdadeiro deleite. Camilla Belle está particularmente restrita, digamos. Não que ela seja um primor na interpretação, mas em Heróis ela mostra ser somente um rosto bonito. Dakota Fanning, uma verdadeira estrela infantil, aparece em papel adolescente, representando situações com as quais os espectadores estão pouco habituados em se tratando à atriz de Guerra dos Mundos e A Menina e o Porquinho.

Mas a menina tem talento e sabe como se comunicar com a câmera, então não chega a decepcionar. O elenco de Heróis é relativamente forte; além dos protagonistas, também conta com Djimon Hounsou (de Diamante de Sangue) - um vilão sem muito destaque - e Cliff Curtis (de Sunshine - Alerta Solar). Embora bem intencionado e com cenas de ação orquestradas de forma criativas, o longa traz uma trama batida, com desfechos previsíveis, não tão atraentes quanto a direção em si.

(angélica bito*)

* a amiga jornalista angélica bito - de quem aprecio muito o trabalho - escreve para o site cineclick (um endereço bacana que traz críticas e informações sobre o universo cinematográfico)

Um comentário:

altieres bruno machado junior disse...

Olá

Acho que vou gostar desse filme, já que gosto bastante da série Heroes e das histórias do X-men. VOU CONFERIR!!!

até...